domingo, 26 de outubro de 2008

O Cair da Moeda


Que atire a primeira pedra quem nunca teve aquele chato à cola.


Aquele que nos afaga o cabelo e cujo toque nos faz serpentear para longe.


Aquele de quem recebemos as sms's mais queridas e enternecedoras, às quais respondemos por pura educação, bem ao lado daquilo que era esperado de nós.


Aquele que nos dedica um profundo sentimento platónico, ao qual respondemos com parcimónia e estima.


Aquele que nos leva a passear aos sítios mais lindos do mundo, enquanto nós, de 5 em 5 minutos, estamos de olho no telemóvel à espera de outras notícias.


E quando o encontro acaba por si ou nós esforçamo-nos por acabá-lo, só queremos a paz da nossa casa, o nosso cantinho de solidão.


Tenho uma colecção desses chatos colados na caderneta.


Tenho pena deles.


Tenho pena de não lhes corresponder. Porque, no fundo, sei que me dedicam muitas horas do seu pensamento, muitos dias da sua vida a pensar em maneiras diferentes de me surpreender. And they never do.


Tenho pena deles.


E ao pensar em tudo isto, assim, sem mais nem menos, vi a luz.


Mais cedo ou mais tarde, isto iria acontecer.


Tão fatal como o destino.


Atingi o limite.


A gota de água.


Caiu a moeda.


Só vemos o ranho na cara dos outros.


O pior cego é aquele que não quer ver.


Caiu a moeda.

1 Paradigma(s) do Outro:

Anónimo disse...

NÊ,

espero que tenhas a força que eu agora não tenho e nem quero ter. Desejo que sejas muito, mas muito, FELIZ.

Beijinhos,
S.