sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Allegro ma non troppo


Uma diversidade de acontecimentos surpreendentes, levou-me a recordar uma boa leitura de há uns aninhos. Um livro de Carlo Maria Cipolla, um historiador italiano que escreveu um livro sobre a estupidez humana, chamado Allegro ma non troppo.


O livro quase que se aproxima do relatório de uma qualquer experiência científica, em que são enumeradas em jeito de conclusão, qual teoria matemática ou física, as 5 leis fundamentais da estupidez humana, a saber:


1) Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que há no mundo.


2) A probabilidade de que uma determinada pessoa seja estúpida é independente de qualquer outra característica dela mesma.


3) Uma pessoa é estúpida se ela causa um dano a outra ou a um grupo sem obter nenhum beneficio para si, ou mesmo sofrendo prejuízo.


4) As pessoas não estúpidas subvalorizam sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas; esquecem constantemente que em qualquer momento e lugar, e em qualquer circunstância, tratar ou associar-se com indivíduos estúpidos constitui inevitalmente um custoso erro.


5) A pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigosa que existe.




"Mas e o que é isso da estupidez?", reclama o estimado leitor. Pois bem, cliente que reclama é cliente ineteressado e que tornará. Satisfazendo-vos a curiosidade, aqui deixo algumas definições:


1) estupidez s. f.,
qualidade do que é estúpido;
falta de inteligência, de juízo, de discernimento.


2) A estupidez é a qualidade ou condição de ser estúpido, ou a falta de inteligência, ao contrário de ser meramente ignorante ou inculto. Esta qualidade pode ser atribuída às acções do indivíduo, palavras ou crenças. O termo também pode referir-se ao uso inadequado do juízo, ou insensibilidade a nuances por uma pessoa que se julga inteligente. A determinação de quem é estúpido é relativamente difícil, apesar das tentativas de medir-se a inteligência (e assim estupidez) tais como testes de QI. O adjetivo também pode ser usado como um pejorativo.


3) Segundo Oscar Wilde, "Não há nenhum pecado, exceto a estupidez.".


4) Auto-destruição inconsciente, a capacidade de agir contra um voto de felicidade.


5) Para Albert Einstein, "Só duas coisas são infinitas, o universo e estupidez humana, e eu não estou seguro sobre o anterior.".


6) Existe também um informado leitor da revista Autohoje que afirma peremptoriamente, "Estupido é um gajo poder comprar o novo Alfa Romeu e ir comprar um BMW.".


7) Estado de torpor intelectual passageiro, que se distingue do estupor (paralisia motora) em virtude de afetar sobretudo as funções intelectuais.




Face ao exposto supra, resta apenas acrescentar de minha lavra que a estupidez humana poderá ser apenas a tradução prática de uma falta de capacidade para pensar mais além.


Numa discussão com um estúpido, não tenhamos a pretensão de que argumentos inteligentes colherão. Pelo contrário, ganhar-nos-á pela experiência e também pela nossa incapacidade de utilizar o mesmo tipo de silogismo.


Posto isto, não sei quem é mais estúpido: quem ainda perde tempo com explicações ou quem não as consegue entender por mera incapacidade.


A pessoa mais estúpida com que jamais privei?


A própria.






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