quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O Poder dos Sonhos


Não falo dos sonhos que sonhamos quando estamos acrodados. Aqueles que nos fazem progredir, estabelecer objectivos de vida, criar estruturas duradouras, ir mais longe. Esses têm um poder extraordinário e é sobre esses que Pessoa se debruça em "Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce."


Falo sim, daqueles que sonhamos enquanto dormimos. Aqueles sonhos vazios de racionalidade, fruto proibido do subconsciente. Quando sonho - e sonho com mais frequência com que desejaria - acontece-me acordar muito confusa, como se não conseguisse distinguir ficção de realidade. Demoro ainda algum tempo até entender onde estou, se falta muito para ter de "acordar", colocar os neurónios back on track. Eis se não quando começam a formular-se os primeiros pensamentos estruturados, vindos de uma memória recente: a do sonho. Aqui é que vem a parte difícil.


Tanta batalha interior uma pessoa trava na vida vivida para impedir sentimemtos, pensamentos, vontades, para que depois a sua mente deite tudo a perder na vda sonhada. Quanto mais fujo, mais os meus sonhos me encontram. E dos sonhos, ninguém pode fugir.


Quero apagar esse nome que trago tatuado na mente e no coração, esse nome que mora em mim a cada momento, a cada gesto meu. Estava no caminho certo, reprimindo pensamentos, revertendo-os a favor do merecido descanso em férias. Acordo dois dias depois e entendo ter deitado tudo a perder através de um sonho que eu não posso controlar.


É duro lidar com a nossa própria traição e incoerência. Sinto-me derrotada. But then again espicaçada, desafiada. Perdi a batalha mas não perdi a guerra.


Vou cansar-me de tanta entrega. Ao trabalho, ao desporto, à família e aos amigos. Chegarei a casa constantemente exausta. Ansearei pelo conforto da minha cama. Não sonharei mais.


Ah, e a ver vamos se Mi nombre es Pablo! Encantado! não me vem fazer companhia um dia destes...

1 Paradigma(s) do Outro:

Anónimo disse...

Sonho bastante. Até gosto. Infelizmente não costumo recordar-me de muito daquilo que sonho. Por vezes apenas fracções.

É tramado que o raio dos sonhos sejam traidores da nossa vontade. Pior ainda quando de manhã, durante um pequeno-almoço, assim do nada, ouves “Afinal ainda gostas dela!” Ficas sem perceber o que te estão a dizer. Questionas e a resposta é “Ouvi-te dizer o nome dela durante a noite.”
Não existem recordações do sonho. Mas rapidamente percebes o que aconteceu. E sentes-te mal. Não sabes se por teres sonhado ou se por alguém ter percebido que sonhaste.

“…mesmo que pensemos que ninguém compreende o que escrevemos, há sempre alguém (no espaço cibernáutico) que padece do mesmo mal e compreende…”