quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Cântico dos Cânticos


Ah! Beija-me com ósculos da tua boca! Porque os teus amores são mais deliciosos que o vinho, e suave é a fragrância dos teus perfumes; o teu nome é como perfume derramamdo: por isso te amam as donzelas. Leva-me atrás de ti; corramos! (I, 1-4)


Dize-me, ó amado do meu coração, onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes repousar ao meio-dia, para que eu não ande vagueando atrás dos rebanhos dos teus companheiros. (I, 7)


Se não sabes, ó mais bela das mulheres, vai, segue as pisadas do rebanho e apascenta os teus cabritos junto das cabanas dos pastores. Às éguas dos carros dos Faraós eu te compararei, amiga minha; as tuas faces são graciosas entre as arrecadas; e o teu pescoço entre os cloares de pérolas. Faremos para ti cordões de ouro, marchetados de prata. (I, 8-11)


Enquanto o rei descansa no seu divã, o meu nardo exala o seu perfume. O meu amado é para mim ums bolsa de mirra, que repousa entre os meus seios. O meu amado é para mim um cacho de cipre nas vinhas de En-Gadi (I, 12-14)


Como o lírio entre os espinhos, assim é a minha amiga entre as donzelas. (II, 2)


Como a macieira entre as àrvores da floresta assim é o meu amado entre os jovens; anelo sentar-me à sua sombra, e o seu fruto é doce à minha boca. Ele introduziu-me na sala do festim, e o estandarte que desfraldou sobre mim, é estandarte de amor. Confortai-me com uvas passas, fortalecei-me com maçãs, porque desfaleço de amor. A sua mão esquerda descansa sobre a minha cabeça e a sua direita abraça-me. (II, 3-6)


Levanta-te, minha amiga, formosa minha, e vem. Eis que o Inverno passou, cessaram e desapareceram as chuvas. Apareceram as flores na nossa terra, chegou o tempo das canções, e nas nossas terras já se ouve a voz da rola. A figueira começou a brotar os seus figos, e a vinha em flor exala o seu perfume; Levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem. Vem, minha pomba, que te ocultas nas fendas dos rochedos e nas fendas das rochas escaprpadas, mostra-me o teu rosto, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é suave e gracioso o teu rosto. (II, 10-14)


Apanhai-nos as raposas, as raposas pequenas que devastam as nossas vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor. O meu amado é para mim e eu sou para ele. (II, 15-16)


Durante a noite, no meu leito, busquei aquele que a minha alma ama; procurei-o mas não o achei. Levantei-me e percorri a cidade, as ruas e as praças, em busca daquele a quem a minha alma ama; procurei-o e não o achei. Encontraram-me os guardas que faziam ronda na cidade. «Vistes, acaso, aquele a que a minha alma ama?». Mal passara por eles, encontrei aquele a quem a minha alma ama. Agarrei-me a ele e não o largarei mais. (III; 1-4)


Oh, como és formosa, minha amada, como és formosa! Os teus olhos são como pombas, por detrás do teu véu. Os teus cabelos são como um rebanho de cabras descendo das vertentes pelas montanhas de Galaad. Os teus dentes são como um rebanho de ovelhas tosquiadas, que sobrem do lavadouro; cada uma leva dois cordeirinhos gémeos, e nenhuma há estéril entre elas. Os teus lábios são como um fio de púrpura, e o teu falar é doce. A tua face é como um pedaço de romã por detrás do teu véu. O teu pescoço é semelnate à torre de David, rodeada de troféus, da qual pendem mil escudos, todos os escudos dos heróis. Os teus dois seios são como dois filhinhos gémeos de uma gazela que pastam entre os lírios. Antes que refresque o dia e desapareçam as sombras, irei ao monte da mirra e ao outeiro do incenso. Toda és formosa, ó amiga minha, e não há mancha em ti. (IV, 1-7)


Arrebataste o meu coração, minha irmã, minha esposa! Arrebataste o meu coração com um só dos teus olhares, com uma só pérola do teu colar. Como são deliciosas as tuas carícias, minha irmã, minha esposa! Mais deliciosos que o vinho são os teus amores! O odor dos teus perfumes excede o de todos os aromas! Os teus lábios, ó esposa, destilam mel virgem; e o mel e o leite estão sob a tua língua, e o perfume dos teus vestidos é como o odor do incenso do Líbano. (IV, 9-11)


Eu durmo mas o meu coração vela. (V, 2)


Põe-me como um selo sobre o teu coração, como um selo sobre os teus braços; porque o amor é forte como a morte, a paixão é violenta como o sepúlcro, os seus ardores são chamas de fogo, os seus fogos são fogos do Senhor. As muitas águas não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir. (VII, 5-7)





Este livro do Antigo Testamento, intitulado Cântico dos Cânticos, pensa-se ser de autoria de Salomão, datado do século IV a.C.. Não sendo um livro muito conhecido entre os fiéis e muito menos passível de ser Leitura de Homilia, está entre as Escrituras mais belas da Bíblia.


Porque o maior ensinamento de Jesus, Deus humano, é que Deus é Amor e o Amor é forte como a morte. Não há tempo nem distância que o possam curar ou atenuar...

2 Paradigma(s) do Outro:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

O Amor é mais forte que a morte...

No livro "Só o Amor é Real", Brian Weiss, um psiquiatra, descreve o percurso de duas almas gémeas, através das suas vidas, sendo que neles, o amor vive pela eternidade.

O Amor é parte integrante e constituinte da nossa própia essência.