segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Comentários ao Paradigma de Espiritu

«O tempo perde-se entre as dunas
e o céu cumprimenta o dia em amor.
Os pássaros esvoaçam entre a tundra
uma flor desperta a beleza ausente à toda a dor:)»

Ora bem, vamos lá dissecar esta quadra. Entendo a poesia de cada palavra. Não consigo é entender a poesia do poema. Talvez porque hoje tenha acordado com especial enfoque para o meu Paradigma Ricardo Reis, para o hemisfério direito do meu cérebro.
Antes de começar a "bater no ceguinho" começarei por educadamente agradecer a amabilidade ao Espiritu em ter deixado um contributo no meu humilde blogue sobre um assunto tão delicado como a amizade eterna que tenho por P. Por favor, Espiritu, não te coíbas de me agraciar com futuros comentários em poesia ou prosa, conforme te aprouver, por mais ignorante que pareça o meu comentário ao teu comentário e que a seguir exploro.
"O tempo perde-se entre dunas". Com certeza que sim. Sobretudo quando vivemos momentos felizes, na companhia dos livros, do papel e da caneta, dos amores ou dos amigos, dos pensamentos ou dos sentimentos. Vale sempre a pena perder tempo entre dunas numa praia, aliás, entre dunas, divãs, biombos, hortelãs, pensamentos lavados, refrescos gelados e maçãs.
"E o céu cumprimenta o dia em amor". Bem, aqui depende. O céu está sempre lá. Dia e noite. Cabe-nos a nós e aos nossos sentimentos ver nascer o dia cinzento ou azul. A cor com que o vemos nascer depende apenas do amor que carregamos. Mas o Amor, esse, está sempre cá. Durmamos ou estejamos bem acordados. Cause-nos uma alegria imensa ou apunhale-nos com dores lancinantes.
"Os pássaros esvoaçam entre a tundra". Meu Amigo Espiritu, denoto muita confusão de habitats/biomas para tão pequena quadra. Tão depressa estamos nas dunas (clima mediterrânico) como in a blink of an eye estamos na tundra (círculo polar ártico). A Tundra, provém da palavra Tunturia, que significa planície sem árvores. Ora, só no Verão da Tundra (que dura cerca de 2 míseros mesinhos) existem plantinhas rasteiras e com isso, alguns animais despertam do seu estado de hibernação. No caso das aves, apenas sobrevivem espécies como a perdiz e a coruja-das-neves. Não são assim tantos pássaros. Não dá a noção de bandos a esvoaçar...
"Uma flor desperta a beleza ausente à toda a dor". Flores na tundra ou nas dunas?????? Impossível either way. Não há abelhas nem tempo quente suficiente na tundra para poder haver flores e nas dunas só existem cactos e plantas salinas. É certo que o olhar para uma qualquer flor desperta a sensação do belo nos corações mais sensíveis, mas há beleza na dor. Por haver sensibilidade na beleza. Por isso, não concordo com essa de que a beleza seja imune a toda a dor.
Suponho também que te tenhas enganado na contração do "à". Talvez querias ter dito "a". Pelo menos faria mais sentido. Agora, por amor de Deus, Espiritu, não me digas que querias colocar "há"...
Keep up the good works...mas um poema é muito mais que a simples soma das partes...

1 Paradigma(s) do Outro:

Anónimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado