sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Faria hoje 33 anos...


Hoje, 8 de Fevereiro de 2008, é para mim um dia especialmente triste...

Foi o dia em que o meu querido querido Primo M nasceu. Ti P e Ti Z estavam grávidos de M quando se casaram. Ti P tinha apenas 17 anos. Ti Z tinha 21. Um descuido, mas um daqueles descuidos que os uniu para a vida inteira.

Eram muito novos os dois, cresceram juntos, trabalharam juntos, criaram os dois filhos juntos. Enriqueceram juntos, na saúde e na doença, na riqueza e na probreza. Penso mesmo que até que a morte os separe.

M sempre foi uma criança difícil de domar. Era autónomo, trabalhador, adorava o skate e a sua BMX. Ah, e torcer os caracóis à sua Irmã mais nova...Mais tarde, o body boarding, as festas, a Tuna e os Escuteiros.

Quando chegavam as férias, era altura de fazermos os 4 a cabeça em água aos meus Pais e avós maternos. Os meus Pais não me reconheciam. Nem à minha Irmã. No resto do ano, éramos como duas amestradas. Naqueles 3 meses ficávamos selvagens. Lembro-me até de fazer greve a pentear o cabelo.

Ele e a minha Irmã uniam esforços para nos derrubar, à minha Prima R e eu, fosse à luta ou em jogos de cartas ou mesmo ao STOP. Quando vimos que não lhes conseguíamos ganhar nem à força (dada a diferença de idades), R e eu começámos a construír unm espaço só nosso, onde eles não entravam. Nem queriam. Tinham lá as aventuras deles.

Houve uma altura, por volta dos meus 13, 14 anos (os dois melhores Verões da minha vida) em que a diferença entre mim e R era maior em termos de desenvolvimento (ela era uma criança ainda e eu começava a dar os meus primeiros passos no difícil caminho da adolescência).

Aproximei-me de M. E ele de mim. Comecei a saír com ele e com os amigos, todos rapazes. Até que me apaixonei por um dos seus melhores amigos, o Americano. E ele por mim. À primeira vista. Foi o meu primeiro Amor. Namorámos quase 4 anos. Não existia mais nada nem ninguém no mundo. Durante esses 4 anos escrevemos cartas um ao outro todos os dias. TODOS os dias. Ainda as guardo.

O Mundo encarregou-se de nos afastar. Nunca mais nos vimos...até ao dia derradeiro do funeral do meu querido M, 3 anos depois.

Dele recordo o enorme sorriso aberto, o som da sua gargalhada, a maneira como segurava a caneta, a seda do seu cabelo, a cadência do andar, o "comes é bolachas", o "peixe é pra gatos" na fase das 7 costeletas.

Tenho tantas saudades, Meu Deus!

Wherever you are, I'll forever keep a little piece of you!

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