sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Chorrilho Cultural

Amália

Primeira vez que fui ao cinema com os meus Pais. Adorei. Eles tiveram desconto de sénior eu tive desconto do Millennium. Surpresa, o meu Pai comprou chocolates para todos os gostos: para mim e para ele negro 70% cacau e um Milka de amêndoas, claro está, para a Algarvia, Senhora Minha Mãe.


Confesso que não sabia da missa a metade. Não fazia ideia que Amália fosse tão sedutora e senhora do seu nariz. Por favor, internem é o Ricardo Carriço…


Aqui fica a letra do meu Fado preferido:


Não sei, não sabe ninguém
Porque canto o fado neste tom magoado de dor e de pranto
E neste tormento, todo o sofrimento
Eu sinto que alma cá dentro se acalma nos versos que canto

Foi Deus que deu voz ao vento,
Luz ao firmamento e deu o azul às ondas do mar
Foi deus que me pôs no peito
Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar

Fez poeta o rouxinol, pôs no campo o alecrim
Deu as flores à primavera
Ai, e deu-me esta voz a mim

Se canto, não sei o que canto
Misto de ventura, saudade ternura e talvez amor
Mas sei que cantando, sinto mesmo quando
Se tem um desgosto e o pranto no rosto nos deixa melhor.

Foi Deus que deu luz aos olhos, deu o ouro ao sol e a prata ao luar
Foi Deus que me pôs no peito um rosário de penas que vou
Desfiando e choro a cantar.

Mama Mia

Pois, eu tinha de ir ver. Fui a uma espécie de cinema, a casa da Minha Mana, no Dia de Natal. Ora digamos que a Merryl “Streap” está uma doidivanas daqui de trás da orelha, o Collin Firth continua um senhor que só vistoq, a Miúda canta como um anjo, agora, por favor, internem-me o Pierce Brosnan, coitado… A única música que gosto dos Abba, já me foi dedicada a mim, ah pois é, e atende pelo nome de Dancing Queen (sim, e já tinha passado bem dos seventeen aquando da suprareferida dedicação).







Brideshead

Pois, calhou ir aos “mooves” com a minha amiga C e esqueci-me de o passar em revista aqui neste mui nobre blogue. Digamos que só descobri agora que o filme retrata uma série, isto porque calhou ter passado pelo blogue de Pedro Mexia, que muitas horas de entretenimento do dark side me tem proporcionado. O homem sofre e descreve-o tão bem que parece que aquelas palavras me foram arrancadas cá de dentro e postas em letrinhas obviamente mais masculinas, mas ainda assim, Minhas…

Brideshead. Sou fã da Emma Thompson (tirando quando decidiu enriquecer à custa do Schwarzenegger. Pois, Brideshead tem uma fotografia estupenda e uns cenários maravilhosos (eu digo isto sempre que num filme entra um segundo de qualquer paisagem italiana; calhou Veneza neste, em época de Carnaval). Mais um Romance Proibido (que é cá dos meus) entre uma católica e um ateu. A mim dá-me para chorar, que é que querem?

Becoming Jane

Ora já aqui tinha referido que gosto muito do actor principal, o James McAvoy? Aquele ar tímido-atrevido dá-lhe pinta e eu, com m*r*a da pinta vou-me abaixo das canetas. Pronto, e também gosto muita da mocinha, a Anne Hathaway, desde o Diabo veste Prada. O filme é sofrível. Aluguei-o num destes Domingos chuvosos, para ver no sofá mais a minha Luna. Ela adormeceu. Digamos de passagem que a minha Luna tira a barriga de misérias em termos de sono sempre que alugo um filme. Só que eu gosto muito da Jane Austen e daqueles romançalhões da antiga Inglaterra, em que se mistura amor e classes sociais e está tudo estragado.

Fool’s Gold

Mais uma incursão de Domingo à tarde pelo Blockbuster e pareceu-me que me o meu âmago me pedia paisagens de Verão e gajos semi-nus. Pois, fui ver o McConaughey mais as pernas da Kate Hudson. Está tudo dito.

O Quebra-Nozes


Ora, situando o estimado leitor:


A minha empresa patrocina o Teatro Municipal de Almada e, à custa desse mecenato, os colaboradores têm direito a bilhetes contadinhos, é certo, mas grátis (palavra mágica). Ora, época de Natal, o Natal é das crianças, sonho de criança, palavra puxa palavra – Quebra-Nozes.


Interpretado pela Companhia Nacional de Bailado.


Convidei a minha Mana, a pessoa que conheço em carne e osso que mais jeito tem para a Dança. Começou no ballet clássico e depois para a Dança Jazz e depois para o Sapateado. Chegou a fazer uns quantos saraus no Maria Matos a solo. Muito gostava eu de a ver dançar.


Confessei-lhe pela primeira vez na vida, no dia do Quebra-Nozes, Casse Noisettes en français (quem não se lembra do famoso livro escolar?), que o meu sonho teria sido o ballet, mas que, em pequena, tinha pedido a Mamãe que me respondeu, como a Excelente Mãe que é:


- O médico disse Natação.


Natação foi. Isso e um profundo desgosto por ver ambas as minhas Manas nos saraus do ballet e do jazz e eu, com uma técnica espectacular, qual Popov, e ninguém me ia ver nadar. Só mesmo Mamãe à(s) hora(s) dos treinos, e porque tinha de me trazer e levar. Mas em verdade vos digo: mesmo contrariada, sempre fui a melhor aluna dos meus professores. 14 anos de natação deram para perceber que:


# 1 – Competição não é para mim. Ou melhor, seria se me pusessem a competir com miúdas da minha idade. Na altura que comecei a competir, o professor achava que a minha técnica ia longe e inscreveu-me para uma corrida de 100 m costas (o meu melhor estilo mas o mais odiado também) com miúdas que já tinham maminhas e tudo. Eu, naquela altura, era um esparguete com pernas até ao pescoço…


# 2 – Mariposa não dá para nadar em piscinas de recreio. No mínimo, 25 metros. É que dá-se uma pernada e já se está a bater com a boca no lancil do topo oposto da piscina.


# 3 – Já me esqueci da viragem de costas (como deve ser, não é cá virar de barriga para baixo e toma lá vai disto, estilo viragem de bruços).


# 4 – O Clube Nacional de Natação em São Bento foi a minha primeira escola. Um dia destes, em contexto de auditoria, revisitei o local e deu-me uma coisinha no coração: Então não é que aquilo está espectacular? Na minha altura havia um tanque de 5x15 m para principiantes com 100 crianças ao molho e outra funda na qual nunca cheguei a entrar. Pais deste mundo, não ponham as vossas crianças a aprender a nadar com mais vinte crianças: nenhuma sai de lá a saber alguma coisa, tirando o proibido de saltar lá para dentro estilo bomba.


# 5 – A minha sorte foi uma matrícula num horário aparentemente normal (16h-17h) na Piscina dos Olivais que calhava mal à maioria dos Pais, dada a conjuntura horário de trabalho. Fui calhar a uma “turma” onde era a única. O Profe era namorado da Profe de Português da minha irmã. Engraçou comigo. Começou por colocar-me a nadar nas funduras. Ensinou-me os truques todos. Eu adorei aqueles anos. Mas foi tudo sempre muitíssimo solitário.


# 6 – Com a idade da parvoeira, decidi passar de cavalo para burro e ir nadar na piscina e no horário em que os meus amigos andavam: club tap, 15 metros, e eu habituada a 49,9.


Nunca mais me esqueço da cara do professor, quando me pediu para nadar o que soubesse, para ele aferir em qual das 4 pistas (lol) é que me punha: lenta, muito lenta, rápida ou muito rápida.


Eu fiz-lhe ali uma demo...


A cara dele quando saí, a explicar-me que eu devia nadar noutra aula, mais tarde, em que os miúdos estavam mais no meu nível e eu a explicar-lhe com muita diplomacia que primeiro, eu não era miúda, era adolescente e que segundo, eu nadava onde bem me apetecesse, neste caso, na turma dos meus amigos: o nerd, a dentolas e o gordão.


Nesse dia, no fim da aula, o Profe adorava fazer estafetas. Escolhia duas cabeças de cartaz e estes escolhiam o resto da equipa. Escolheu-me e a um rapaz alto e esguio que era, até então, o melhor daquela turma. O nerd não nadava nada, o gordão muito menos e a dentolas lá se ia mexendo, mas educação física nunca foi muito com ela. Mas eram eles a minha equipa.


Saltávamos de fora de água (só aí, dei-lhe uma avanço descomunal), depois os meus amigos (que nos puseram a perder) e nos finalmentes, eu e o Hot Shot. Ganhei-lhe fácil fácil, mesmo com o avanço que a equipa dele já tinha, em 3 pernadas.


Digamos que o destronanço do Hot Shot valeu-me 3 dedos entalados na dobradiça da porta do balneário e a admiração da minha equipa, que nunca tinha ganho nada dentro de água.

O nerd é, hoje-em-dia, o meu amigo B, doutorado pela Casa Sorbonne. A dentolas é a minha amiga I (que já não é nada dentolas, até faz muito sucesso nas camadas masculinas), inginheira química mestra das águas residuais industriais. O Gordão emigrou para Maxaxuxa, Bosta, onde exerce a belíssima profissão de professor na Universidade da Bosta.


3 Paradigma(s) do Outro:

Missanguita disse...

O Foi Deus também é o meu fado preferido! Bom gosto, sim sra!

Anónimo disse...

EEEEEEiii Esse é o meu...

Anónimo disse...

EEEEEEiii Esse é o meu...