sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

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Nunca disse isto com tanta frontalidade, mas a Cate Blanchet é a minha actriz favorita. Qualquer filme em que ela entre é uma garantia de que, no mínimo, é bom.


Só que neste caso, estamos a falar de um filme realizado por um dos meu favoritos, o David Fincher. Qualquer filme que ele faça é garantia de que, no mínimo, é bom.


No meio disto tudo, só há uma agravante: o Brad Pitt. Tenho uma embirração com o moço. Aquela cara de safado que o mulherio todo aprecia. Menos eu. Aquele corpo escultural de ombros largos pelo qual todo o mulherio suspira. Menos eu. Mim gostar de cérebro. Que fazer?


É por isso que o menino "bonito" tem feito um longo caminho na escala da minha consideração, desde o Se7en. Com altos (Fight Club, Babel, The Devil's Own) e baixos (Burn After Reading, Mr&Mrs Smith, Troy, The Mexican, Meet Joe Black, Legends of the Fall), mas foi desde então que tenho reparado em algumas boas escolhas que ele (ou os seus agentes) tem feito em relação à sua carreira. Só não gosto é quando ele se aproveita do facto de ser bem parecido para ganhar uns cobres, como quando ele se junta ao Clooney para fazer os Ocean's 11, 12 e 13.


Enfim, por favor, vão ver este filme. Levem um pacote de lenços, se forem de lágrima impossível. Levem um rolo industrial de papel higiénico, se forem de lágrima fácil. Levem uma companhia com quem não se importem de parecer que acabaram de assistir ao massacre de Santa Cruz e sobreviveram.


Foi tudo o que eu não fiz. Ainda por cima, ele ficou do lado do olho que chora. Como compete a um cavalheiro, foi discreto. Não se mexeu durante todo o filme e tinha acabado de fazer uma longa viagem. Não deu pelo passar das 3 horas. Nem eu, concentrada que estava em entender os contornos daquele Amor Incondicional.


O melhor do filme: a caracterização (se excluirmos o exagerado tamanho das orelhas em velhinhos) e a densidade emocional projectada.


O pior do filme: a Julia Ormond. Faz sempre dela mesma, só que desta vez, faz mesmo, incluindo rugas.


E com isto tudo, olho para ele e vejo Bondade. Já pensava que não fosse possível reconhecê-la quando a visse noutra pessoa, por viver descrente deste Mundo.


E vejo um homem que Cuida e Protege. Que é Verdade.


Ontem, apaixonei-me, I guess.


E quis mais daquela Brandura.

2 Paradigma(s) do Outro:

Anónimo disse...

Eu disse-te! É de facto um dos melhores filmes dos últimos anos, eu diria mesmo. Agradeço por não ter tido conhecimento de que seria um filme de 3 (breves) horas, pois caso contrário, devo confessar que a preguiça se apoderaria de mim e provavelmente nunca iria vê-lo...

Mas fui. E ri, e chorei, voltei a rir, e voltei a chorar. Encostei-me ao ombro do lado e nem sequer me lembrei de me preocupar com o rimel que me deixava esborratada dos olhos até ao pescoço!

No meu caso, a companhia não se importou minimamente com a minha comoção, ou tão pouco com o meu ar desgrenhado e pouco fashion...

Algo me diz que com a tua companhia aconteceu o mesmo...

A oitava estrela a contar da lua disse...

Também eu tive a felicidade de poder partilhar o meu ombro...não me importei com as lágrimas da companhia, porque de certo modo acabaram por se confundir com as minhas...

Bom, muito bom mesmo! E excelente a companhia!!!