segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Às Vezes o Amor - Sérgio "Gordinho"


Ia eu contente e feliz, de óculos escuros na minha bomba, a atravessar a ponte e a desviar-me das músicas horrendas de Natal que povoam as rádios deste País por esta altura, eis se não quando...

Que hei-de eu fazer
Eu tão nova e desamparada
Quando o amor
Me entra de repente
P´la porta da frente
E fica a porta escancarada

Vou-te dizer
A luz começou em frestas
Se fores a ver
Enquanto assim durares
Se fores amada e amares
Dirás sempre palavras destas

P´ra te ter
P´ra que de mim não te zangues
Eu vou-te dar
A pele, o meu cetim
Coração carmesim
As carnes e com elas sangues

Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
é cego e surdo e mudo

Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
é cego e surdo e mudo

E o dia tão diário disso tudo

E se um dia a razão
Fria e negra do destino
Deitar mão
À porta, à luz aberta
Que te deixe liberta
E do pássaro se ouça o trino

Por te querer
Vou abrir em mim dois espaços
P´ra te dar
Enredo ao folhetim
A flor ao teu jardim
As pernas e com elas braços

Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
É cego e surdo e mudo

Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
é cego e surdo e mudo

E o dia tão diário disso tudo

Mas se tudo tem fim
Porquê dar a um amor guarida
Mesmo assim
Dá princípio ao começo
Se morreres só te peço

Da morte volta sempre em vida
Da morte volta sempre em vida

Às vezes o amor
No calendário, noutro mês é dor,
É cego e surdo e mudo

E o dia tão diário disso tudo
Da morte volta sempre em vida

...me lembrei do teu sorriso tão terno, de como disfarças quando ouves as conversas que tenho com outros enquanto tens as tuas, dos teus planos de fazer uma escada para as águas furtadas, dos teus olhares escancarados, do toque da tua camisola de caxemira...

2 Paradigma(s) do Outro:

Anónimo disse...

Ai ai ai IV!!!!!

Espero que as escadas para as águas furtadas sejam numa casa algures no cacém e a camisola de caxemira no fim de contas seja de poliester!

Ou então que de facto as escadas para as águas furtadas sejam num magnifico t5 em Lisboa (de preferência com vista para o Tejo) e que quem veste a camisola de caxemira seja quem tu mereces.

IV disse...

Minha Querida Querida S.,

Numa coisa não te enganaste: trata-se realmente de um magnífico t5 em Lisboa, decorado com extremo bom gosto. Quanto à vista, não o poderei revelar.

Mas S., a maravilha de se ter passado por tanto é a de saber finalmente distinguir o trigo do joio, a caxemira do poliéster, quem nos ama de quem nos quer,quem de tudo faz para nos plantar um sorriso no rosto de quem nem sente a tua luz, quem nos merece de quem nunca nos mereceu.

S., Minha Querida, oxalá saiba sempre guiar os teus passos no duro caminho da Felicidade...