terça-feira, 30 de setembro de 2008

Cashmere Mafia




Pois, eu bem sei que nada é como o Sexo e a Cidade, mas esta série tem funcionado como um verdadeiro escape no final do dia.




Faz-me rir. É pretensiosa. Tem um casting mediano.




Já tinha dito aqui que não aprecio a beleza dos chinocas? Pois, não aprecio. Antes uma bela negra. Mas depois de ver a Lucy Liu em Manolos e Prada, tenho de admitir que ela possa ter algum encanto junto das camadas masculinas!




Já a loira lésbica (Bonnie Somerville) parece-me bem mais interessante. Que querem? É o meu fetiche com as loiras. Não fosse eu ter estas sobrancelhas tão carregadas, era capaz de me transformar numa loira espampanante.




Sempre disse aos meus Pais que estavam distraídos quando me fizeram: a beleza toda foi parar à primogénita. Digamos que fiquei com os restos e não estou nada mal servida! Sou é mais "bem passada".




A ruiva (Miranda Otto), bem essa é um pouco de mim, mas em exagero. Gosto da composição da personagem. Gosto e identifico-me. Ah, e é australiana de Brisbane. Mais um ponto, ó fáchabôr! Fez bons filmes: The Thin Red Line, What Lies Beneath, The Lord of the Rings: The Return of the King e The War of the Worlds.




A morena. Não gosto muita da actriz (Frances O'Connor) porque me faz lembrar a má numa série que eu amava de paixão (em criança, muito criança): Norte e Sul. Nunca mais lhe perdoei. E depois fez de Mãe má no Inteligência Artificial e então aí é que já não me cai no goto. Mas gosto da sua "inteligência" nesta série.




Hoje, 21h50m na Fox Life. Eu? Estou lá.




PS - Espero não precisar de acrescentar que as minhas escolhas quanto ao "género" estão bem definidas. Ah, mas a curiosidade...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Nouvelle Vague

Ora portantos, o concerto, dia 7 de Novembro.

Quem vem com a carochinha, hum...

EDP 9ª Mini Maratona


Woohoo!


Been there, done that.


Ora bem, estatísticas feitas, corri 8 longos km em 1h06m, isto querendo dizer que, até à Corrida do Tejo, tenho muito que treinar. Basta meia horinha por dia, dizem os especialistas...


Então, vamos a isso! Arregaçemos as mangas e 'bora lá correr antes das 7 da matina...assim como assim, não estou a aproveitar o tempo que estou na cama...


Parque das Conchas, aí vou eu!!!


Woohoo!

domingo, 28 de setembro de 2008

Existir


Começa a notar-se. A ser demasiado evidente. Já nada do que faço parece ter sentido. É como se, de repente, me tivesse transformado numa marioneta.


Acordo antes do despertador. Na verdade, já não durmo uma noite de fio a pavio há cerca de dois anos, nem à força do comprimido. Acordo estafada, com a sensação de ter dormido uma horinha. Faço os meus cereais, trago-os para o sofá, e como-os enquanto vejo uma qualquer série de cócegas na televisão. Levo a taça, passo por água, coloco na máquina. Lavo os recipeintes de comida e água da Luna à mão. Ponho-lhe água fresca e comida todos os dias. Preparo-me com cuidado para ir trabalhar. Duche a atirar para o gelado (se não, nunca mais saía da banheira), creme no corpo, desodorizante, 3 ou 4 esguichadelas de Bright Crystal. Nunca repito a "farda". Calço os meus saltos, troco de mala, que uma Laide não sai de casa sem combinar sapatos e mala. Para verem o meu estado de debilidade, a semana passada esqueci-me duas vezes de colocar uns brincos nas orelhas.


Olho para o relógio e já devo estar atrasada. Depois é que penso "Mas atrasada porquê? Por acaso tens hora de entrada, como o trabalhador da linha de produção?". Mas sim, no meu entender, estou atrasada. Entro primeiro que a minha equipa e saio sempre depois. Não há Liderança sem Exemplo.


Desde que o povo voltou de férias que o Eixo N-S está caótico. Fila quase desde casa. Meia horinha de caminho, passando sempre pela paisagem tão bonita do Tejo e o Cristo-Rei a dar-me a sua benção diária. Meia horinha que daria para pensar em tanta coisa. E eu, só penso em ti. E não vás tu pensar que é de agora, eu acrescento que o faço desde a primeira noite em que te conheci. Uns dias, entre pensamentos, parto-me a rir com o Pedro Ribeiro (sou fã dele, sempre fui), outros há em que só me apetece uma musiquinha bem disposta, outros ainda em que só me apetece ouvir dos meus cd's e pensar em quem? Em ti, pois.


Chego ao portão do "Estaleiro", cumprimento a Segurança da portaria (que é muito mais que uma simples Segurança, é uma pessoa com um rosto e com um nome que me pediu ajuda há uns tempos para entrar na faculdade). Na altura, pensei "Com tantas pessoas que esta moça conhece há mais tempo, e é a mim que ela se dirige na maior das humildades...". Estaciono o carro no primeiro lugar que estiver vago. Tiro a mala com o computador e a minha mala de mão. Fecho o carro. Ponho-me a andar. Aqueles 2 minutos até chegar à porta dos escritórios sabem-me a pato. O vento bate na minha cara ou o sol aquece-me os ombros. Qualquer coisa de real acontece naquele caminho. Quando penso que posso ter um e-mail teu à minha espera, acelero o passo. Cumprimento todos os que encontro pelo nome. Subo a escadaria, cumprimento os colegas que já lá estão. Organizo o estaminé. "Monto" o computador, organizo o espaço. O caderno sempre à direita do computador, a caneta ao lado do caderno. À esquerda, o telemóvel sem som para não incomodar e o telefone fixo para estar pronto a atender. Levanto-me. Vou encher a minha garrafa de 1,5 l ao "garrafão-mor". Tiro o casaco. Ligo o pc. Primeiro mails pessoais. Depois blogues. Depois horóscopo do dia. Uma superstição parva que sempre tive, mas que não consigo largar. Podemos considerá-la o meu guilty pleasure. Depois mails de trabalho. Organizo as prioridades. Começam a chover telefonemas. E-mails. Bah. Prioridades furadas.



Nos dias de muita sorte, e-mail teu. Pára tudo. Pá-ra tu-do. Coração descompassado. Respirar ofegante. E era apenas um pequeno nada. Mas um Nada que é para mim Tudo. Sinto. Tento pensar. Organizar as ideias e responder. Respondo-te sempre com um sorriso nos lábios. Mas tu não sabes. E penso até que nemsequer adivinhas. Pára tudo. O tempo fica suspenso. Pára tudo.


Começo o trabalho que organizei por prioridades. Embrenho-me de tal forma que às vezes estão a falar comigo e eu nem ouço. Gosto muito do que faço. Mas gostava de gostar ainda mais.


Liga-me sempre à mesma hora, a minha Irmã. Quando sai do carro e começa a caminhar em direcção à Torre. Organizamos o nosso dia, se vamos ou não ter uma com a outra no final do dia em casa da Mãe, se vamos almoçar as duas, se vamos às compras a seguir ao trabalho, onde é que vamos jantar. Conto-lhe o que fiz na noite anterior. Com quem estive, as partes engraçadas as novidades. Não sei o que seria de mim neste mundo sem a minha Irmã. Por isto e por tanto mais que não sei dizer. E por isso não digo.


Trabalho. Trabalho. Trabalho. Sempre com o mesmo afinco. Chega a hora do almoço. O fim do mundo para mim.


É raro ter companhia. Vou ao shopping. Leio o meu livro enquanto almoço o que me apetece. Agora já se tornou um hábito, mas é a coisa que mais odeio, é comer sozinha, não ter ninguém com quem conversar enquanto almoço. Seja de trabalho ou do mundo. Mas não trocar palavra a não ser "O que vai beber?", "Uma água, por favor", "7 euros e 55, por favor", "Não tem cinco cêntimos?", "Não...", "Obrigada", "Bom apetite". Não sei se eles sabem, os empregados, mas são os meus melhores amigos à hora do almoço. E isto é tão triste. Um mundo onde não posso conversar. E isso cansa-me.


Por mim passava o dia à conversa. Ou então calada e sozinha.


Volto. Trabalho. Trabalho. Trabalho. Telefone. E-mails. Sufocos para resolver.


Cansada, decido por um termo à jornada do dia. Caminho a passos largos para o carro. Outra vez o vento. Tão bom. Caminho para Casa. Ou minha ou dos Pais, mas é sempre Casa. Uns dias, Casa Minha para banhoca revigorante, creminho, sair logo de seguida vestida "à civil", para um encontro. Amigos. Não tão amigos. Conhecidos. Pretendentes. Chatos. Melgas. Interessantes. Outros dias, jantar à dos Pais, com brinde "sobrinho" à minha espera, normalmente com a birra do sono, difícil de aturar, mas ainda assim, uma ternura.


Casa. Séries. Carinhos intermináveis trocados entre a minha Luna e eu. Bolas, quando dou por mim, já é tarde. Tenho de me ir deitar. E o sono que não chega. Porquê? Porque estou "contigo".


Dormes comigo desde a primeira noite. Acordas comigo. Passeias comigo. Falas comigo.


E eu sinto-me tão cansada. Cansada de esperar. Cansada da minha rotina. Cansada por canalizar toda a minha energia para a Fé que tenho em Nós. Eu diria até esgotada, mas depois o amanhã vem e a minha Fé volta a sua labuta, qual formiguinha trabalhadora. Esgotada porque O Dia nunca mais vem.


O Dia em que me vais deixar fazer coisas tão simples, que o povo todo faz e que eu anseio também por fazer, mas contigo. E se não for contigo, então não quero fazê-lo com mais ninguém. E, nota, não é teimosia ou capricho. É que nada tem o gosto que tudo ganha quando estamos juntos. Ninguém me fala ao coração como tu, e tu nem sabes que o fazes. Ninguém me abraça sem me tocar como tu. Ninguém faz poesia com o olhar, como tu. As estradas parecem caminhos talhados para nós passarmos. Os lugares ficam vazios quando lá estamos ambos. O tempo fica suspenso. Eu não envelheço. Nem tu. Ao invés, ganhamos anos de vida.


E pior. Já não sei se tudo isto existe ou se sou eu que vivo uma vida paralela, num mundo paralelo, onde tudo é talhado à medida da minha imaginação.


Já não sei...


Cansaço cura-se com consolação? Ou com existência?

















sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Vem - Madredeus



Vem
Além de toda a solidao
perdi a luz do teu viver
perdi o horizonte
Esta bem
Prossegue la até quereres
Mas vem depois iluminar
Um coracao que sofre
Pertenco-te
Até ao fim do mar
Sou como tu
Da mesma luz
Do mesmo amar
Por isso vem
Porque te quero
Consolar
Se nao esta bem
deixa-te andar a navegar
Esta canção tem-me acompanhado sempre o coração. Havia muitas mais que poderia escolher, mas era nesta que gostaria que reflectissem...
...num pranto, roga-se uma volta desejada, embora não a qualquer preço: apenas se for desejada por ambos com a mesma luz e o mesmo amar...
Por se pertencerem até à Eternidade.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ida a Fátima


Não, não foi em peregrinação. Quem me conhece sabe bem que, apesar de muito católica, há coisas em que a minha enorme Fé não consegue acreditar. Sinto-me em Paz quando lá passo pelo Santuário. Sou capaz de acender velas e rezar para os outros. Sou capaz de assistir a uma missa, mas não reconheço o recinto como um passo acima de uma qualquer orada. Sinto-me em Paz, comove-me a solenidade do sítio e a devoção dos crentes. Comove mesmo. Há dias em que não consigo conter as lágrimas.


Mas a ida a Fátima foi a trabalho. Encontro de Auditores. Obrigatório (que é sempre meio caminho andado para me apetecer faltar). Cheguei e estavam ainda no coffee break do fórum para clientes que precedia o encontro. Começo a vislumbrar ao longe as caras das quais tanta falta sinto. Acenam-me, como quem me chama para perto de si. Entusiastas, perguntam-me como corre a minha vida, se estou feliz, se o trabalho novo corresponde às expectativas. Mas tudo o que eu quero saber é deles. Como estão as suas vidas. Pergunto pelos filhos, pelas mulheres, pelos maridos, pelos seus hobbies. Do trabalho vou sabendo. Alguns abraçam-me com força, outras sorriem-me com uma sinceridade desarmante.


Sinto-me tão bem perto deles. Tão bem, que parece que nunca cheguei a abandonar o barco. Os auditores cumprimentam-me com carinho, a minha ex-chefe quase que chora quando me vê e me abraça, os meus dois ex-directores gerais falam-me com alguma cerimónia mas genuinamente interessados nas minhas novidades.


Dois colegas cujo nome não poderia revelar (revela-se o milagre mas nunca o santo) elogiaram a minha figura. Disseram-me que se saír significava ficar com este brilho nos olhos e com uma aura de mistério e interesse como a minha também queriam...


Ah, se eles soubessem que o brilho não está nos olhos mas no coração...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Aniversário de Papai


Ontem, como o "títalo" indica, foi o dia do aniversário de Papai. 64. Está fresco que nem uma alface! Ainda fica ofendido quando passeia o meu sobrinho e lhe perguntam "É o avô, não é?" ou quando exclamam "Carinha laroca" e ele fica a pensar se estarão a falar da dele ou da do neto...


Modéstia à parte, o meu querido Paizinho ainda consegue ser uma estampa, um figurão de homem. Quando era novo, devia ser o fim do mundo! Pelas fotografias até dá para perceber, mas uma coisa é ver uma imagem suspensa no tempo, e outra bem diferente, é ver a graça com que se movem as pessoas, com que falam, a sua aura.


Confessou-nos ontem, pela primeira vez na vida, que se sente novo ainda e cheio de vida. Há uns tempos atrás, quando a doença veio, afundou-se numa depressão profunda, achando que tinha poucos anos mais de vida pela frente. Dizia e fazia tudo como se fosse a última vez. Era uma tristeza só! Atirava-nos a todos para um abismo. Com muita ternura e alguma (pa)ciência, desvalorizei sempre aquela visão derrotista.


Viveu mais 6 anos com um coração a bombear 20% e uma dose diária elevada de droga. Agora sente-se confiante. Consegue driblar a doença, mas cuida-se muito. A única coisa que ainda não conseguiu abolir foi mesmo o pão. O pão na mesa de qualquer algarvio que se preze é coisa que nunca pode faltar. E daquele. Só pode ser daquele, do alentejano.


Tenho muito do meu Pai. As regras. O raciocínio. A lógica. As piadas rebuscadas e súbtis. As mãos e os pés. A responsabilidade. O espírito de sacrifício. O conduzir seguro. O sentido de família e do dever. A disciplina. Agora, o auto-controlo das emoções é todo de minha autoria. Ele é perfeitamente o contrário. Se está zangado, tem uma expressão de zangado. Se está contente tem uma expressão absorta (raramente esboça um sorriso). Se está nervoso, percebe-se pelo tom alterado de voz e pelo reboliço que isso cria em todos à sua volta.


É uma figura.


Mas eu amo-o. Muito. Nunca lho disse.


Pode ser que agora que se reformou, possa vir espreitar-me aqui e (re)conheça uma filha que não sabe que tem, simplesmente porque não consegue ver para além do óbvio. Ou simplesmente, por ser demasiado orgulhoso para confessar o seu amor também pela minha fragilidade.


Quando discutimos (confesso, mais do que devíamos), incuto-lhe sempre o colocar-se do outro lado e pensar. É incapaz de o fazer sem ser guiado por mim. Não ouve mais ninguém.


Com ele, a face que mostro é sempre a da razão. E de racional, tenho tão pouco...








segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Estropício n.º 3


Hoje invadiu-me a vontade de fazer a boa acção da semana. Peguei no téréré, liguei aos "Helicópteros" e perguntei:


- Oláaaaaaaaaa. Bora ao Ikea buscar a célebre estante?

- Hoje?!?!

- Sim, hoje. Porquê?

- Nada. Vamos sim.


Combinámos os pormenores práticos do encontro.


Fui buscar a donzela a casa. Estava sem muita paciência quando lhe liguei para ele ir descendo, porque ele vai e pergunta:


- Mas estás em que entrada?

- Como em que entrada? Só conheço uma e estou nessa... [as if a Laide pudesse estar na entrada dos serviçais]

- Ah, é que há duas e eu nunca sei...

- [pois agora ficas a saber]


Apareceu. N'A Entrada. Sorriu. Pela primeira vez na minha vida, achei-o bonito. E percebi logo porquê...


Sentou-se na minha bomba e queria cumprimentar-me mas eu gerei uma confusão à sua porta e estava um verdadeiro engarrafamento. Seguimos e, mais adiante, aproveitámos um sinal vermelho para trocarmos beijos na face, muito carinhosos, como de costume...


- Olha, já tens fome ? [please, please, please]

- Sim, podemos ir já jantar, se quiseres. [cavalheiro como sempre]


Antes, passámos só pelo meu Banco para depositar um presente de Papai, que me vai dar imenso jeito quando for a Madrid e quiser trazer de lá um daqueles presentes dispendiosos com que adoro mimar-me quando viajo. Fica de recuerdo e fica para sempre.
Passou-me de imediato para o lado de dentro do passeio, não sem antes colocar a sua mão perfeita na minha cintura (coisa que eu odeio que me façam e ele sabe, que eu cá tenho a minha bolha). Engraçado como até isso muda quando estamos com Aquela pessoa...


Abordei-o, trocista:


- Com que então a seguir os meus conselhos sábios?

- Quais conselhos, Minha Querida? [sonso]

- Camisa aberta e sem t-shirt por baixo, mangas arregaçadas...

- Já há algum tempo que o segui, mas como a Menina ainda não me tinha dado tempo de antena não pode aproveitar...Mas a Menina gosta, é?

- Ficas com um ar muito mais fresco...e esse bronze fica-te a matar...

- Foi do Rally...

- Não me digas que voltaste às competições?!?! [contente da vida]

- Não...foi o helicóptero-ambulância destacado...


Vi de imediato que a pergunta foi inconveniente e perturbadora. Queria o efeito oposto. Ele costumava correr como co-piloto do Pai, que já faleceu faz uns aninhos largos. Mas enganei-me quanto ao clima:


- Olha, vai haver aí umas provas...um dos organizadores muito amigo do meu Pai convidou-me, e eu gostava de te levar...

- P, esquece, eu ia lá agora passar um fds inteiro aos saltos dentro de um jipe contigo?

- Pois, tu não és desse tipo...

- Não, eu até sou desse tipo, mas tinha era de estar perdidamente apaixonada por ti...

- [riu-se com aqueles olhos reluzentes]


Fomos a um restaurante em Telheiras totalmente despretensioso, que eu com ele ando sempre a evitar sítios românticos, não lhe vá dar ideias inatingíveis, o Espai Café. Eu pedi um risotto de cogumelos selvagens e ele o tradicional bife à Portuguesa. Odeia variações. Bebe sempre água fresca (Verão ou Inverno), come sempre o mais simples que o menú tiver. Eu já faço apostas mudas em como sei o que ele vai pedir. E sim, ele nunca me surpreende.


Falámos, rimos, partilhámos garfadas suculentas (mais ele que eu, porque risotto é muito à frente e "parece que leva queijo").


Fomos ao Ikea. 2ª circcular caótica. Fomos por Belém. Ele adora ser passeado.


Chegámos. Só me lembro que preciso disto e daquilo e daquele outro quando lá estou. Tão querido, ia carregando com tudo nos braços, apesar do meu protesto. Às páginas tantas, vejo ao longe aquilo que me parecia ser a figura do Estropício n.º 3 ao telemóvel. Fiquei parada.


- Olha, acho que vai ali um dos meus ex [comento]...

- Queres que te abrace?

- Claro que não! [está doido, fazer ciúmes ao ex é tão estúpido como beber água destilada]

- Oh, rapariga, aquele ali do fato azul escuro?

- Esse mesmo. É ele...[só pelo andar]. Não o quero ver por isso vai andando que eu escondo-me atrás de ti [afinal ele tem mesmo um belo de um metro e oitenta e três]

- Mas porquê?

- Porque jurei-lhe que ele nunca mais ouviria o som da minha voz na vida, porque nunca mais lhe atendi o telefone, nem respondi às suas constantes sms's e postais de Natal.

- Mas porquê?

- Porque ele me traiu. [saiu-me]

- [engliu em seco] Ui. Já vi que isso deixou marcas.

- Não foi a traição, foi a mentira. Não teria deixado marca tão profunda se ele não tivesse terminado comigo porque, ah e tal, estava confuso, não era eu, era ele. A mentira é que me deixa irada. Podia perfeitamente ter-me dito que, enquanto estava a trabalhar na Bélgica e me dizia que ia passar o fds com uns amigos a Amesterdão (com o meu total apoio), andava na realidade em Amesterdão (esta era a parte da Verdade) mas com um camafeu-colega-lá-da-consultora-seguramente-menos-exigente. Teria eu compreendido melhor. Ah, e não teria perdido o meu precioso cabelo, meses de sono e idas ao psicólogo para aliviar a depressão.


Olhou para mim, incrédulo.

- Como é que uma mulher como tu é traída?

- [Encolhi os ombos. Na realidade, ninguém está livre disso, seja-se a Mulher mais Perfeita do Mundo, seja-se a Menos Perfeita]


No finalzinho da nossa volta pelo Ikea, não é que o estropício fica mesmo de frente para mim, e me cumprimenta com um educado "Olá, tudo bem?".


A minha vontade era ter respondido "Agora que te vi, já não.". Aqui a Laide coloca o seu melhor sorriso e responde "Tudo bem". Quebrei a minha jura. Mas não me senti menor por isso. Afinal, ele é NADA para mim hoje.


Apeteceu-me escrever isto para que fique para a posteridade uma das coisas que aprendi com este n.º 3:


Nunca confiar num homem confuso. Eles também não confiam em si próprios...






quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Lhasa de Sela - De Cara a la Pared



Llorando
De cara a la pared
Se apaga la ciudad

Llorando
Y no hay más,
Muero quizás
Ha! Dónde estás

Soñando
De cara a la pared
Se quema la ciudad

Soñando
Sin respirar
Te quiero amor
Te quiero amor

Rezando
De cara a la pared
Se hunde la ciudad

Rezando
Santa María
Santa María
Santa María

Muriendo

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ontem entrei em depressão...



Ainda acreditava que as pessoas pudessem mudar.

Ainda acreditava na sua essência.

Ainda acreditava no Amor.

Ainda acreditava em Deus.


Ontem entrei em depressão...mea culpa!

domingo, 14 de setembro de 2008

A Outra Face da Infidelidade


Ter um blogue só meu, significa, entre muitas outras coisas, poder exprimir as minhas opiniões, independentemente da controvérsia que possam vir a gerar.


E, como não poderia deixar de ser, mesmo as pérolas que aqui deixo poderão não ser mais que alegações finais de advogada do Diabo. So beware...é preciso conhecer-me profundamente para saber distinguir.


Como não poderia deixar de ser, o meu anterior texto sobre Infidelidade causou celeuma, but what the hell, I'm intitled to strongly believe in my own dreams. Expliquei no início que o facto destas coisas acontecerem aos outros dá-me a excelente oportunidade de as poder digerir imparcialmente. Foi o que fiz.


Pois que um querido amigo me avisou que se estivesse à espera que uma relação a dois fosse sempre "borboletas no estômago" iria ter muitas desilusões ao longo da minha vida. E ainda, que seria muito imaturo da minha parte se assim o esperasse.


Pois bem, Miguel Esteves Cardoso explica muita coisa no seu célebre texto sobre o "amor" de hoje-em-dia. Não o vou copiar. Digo apenas que assino por baixo. E acrescento que se amar é ter de "aguentar" uma vida inteira de calmaria, prefiro pois o estar sozinha e apaixonar-me vezes sem conta por várias pessoas (ou simplesmente, várias vezes pela mesma pessoa) pela minha vida fora, só pelo prazer de me sentir viva. É assim que sou. Se parecer imaturo ou mesmo ingénuo, que seja, mas é a minha forma de entender o Amor.


Mas o Amor, só vale a pena quando é vivido por ambos os "braços" com a mesma intensidade. Se assim não for, então é meio caminho andado para ser o meio perfeito para que esse vírus chamado infidelidade comece a criar cultura.


A procura incessante da intensidade.









sexta-feira, 12 de setembro de 2008

L.A. Spa


Não, não é em Los Angeles, mas por mim é indiferente. O que interessa é que é um Spa. E Meus Amores, estou a precisar tanto desta palavrinha de 3 letrinhas apenas. E não falo da minha querida Mãe. Também preciso dela, claro. Mas preciso mesmo é do Spa.



Tenho as costas feitas num 8, a estalar por todo o lado. O meu Querido P fez milagres quando me abraçou com toda a sua força e me estalou cada vértebra da coluna, após uma massagem vigorosa e também algo indecorosa. Pouco, que eu cá sou uma Laide.



Mas preciso mesmo é da Paz das mãos de um(a) milagroso(a) terapueta para me voltar a sentir nas nuvens. É já amanhã!!!



Ora, fáchabôr de entrar:



http://www1.lanidor.com/la-spa/



segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Música que me tem embalado estas noites...



Enquanto se deliciam, reparem na batida...doesn't it ring a bell?

Pois...um coração, não é?

É o meu...

To the souls desires
The body listens
What the flesh requires
Keeps the heart imprisoned

What the spirit seeks
The mind will follow
When the body speaks
All else is hollow

Im just an angel
Driving blindly
Through this world

Im just a slave here
At the mercy
Of a girl

Oh I need your tenderness
Oh I need your touch
Oh I dream of one caress
Oh I pray too much

To the souls desires
The body listens
What the flesh requires
Keeps the heart imprisoned

What the spirit seeks
The mind will follow
When the body speaks
All else is hollow

You keep me waiting
For the promise
That is mine

Please stop debating
Please stop wasting
Your time

Oh I need your tenderness
Oh I need your touch
Oh I dream of one caress
Oh I pray too much

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

As Leis da Estatística na Infidelidade


Ser uma people's peerson tem muito que se lhe diga. É o mesmo que ter escrito na testa "Confessionário". É o mesmo que agarrar num Amigo pela mão, trazê-lo para casa, fazer um chá e conversar até caír. É o mesmo que viver através das histórias dos outros e estar sempre, sempre, sempre disponível para ouvir. É o mesmo que ter o telemóvel sempre ligado, não vá Fulana ou Sicrana precisar de desabafar a meio da noite.

Não é um lamento. É mais um agradecimento. Por partilharem comigo o que vos vai na Alma, por me pensarem digna, confiando-me os vossos segredos mais obscuros, por esperarem de mim conforto e sabedoria.

A minha casa estará sempre à vossa espera. O meu tempo será sempre vosso.

E ouvir-vos, pensar-vos, dá-me a excelente oportunidade e skill para poder imparcialmente apresentar aqui algumas conclusões. Posso dizer que descubro agora a verdadeira natureza humana, na 3ª pessoa. Este ano, o cosmos reuniu uma série de condicionalismos extraordinários, provocando ocorrências bizarras. Se não vejamos:

A) As Mulheres são o género mais infiél.

B) Os motivos que as levam a cometer infidelidade? Esses são conhecidos sobejamente:

1) um passado de comodismo, de insípido, de "não ofende nem deslumbra", de respeito, de companheirismo, de entreajuda, de anos atrás de anos atrás de anos, de Amor e a sua relação com o quotidiano

2) uma nova cara que desperta os adormecidos sabor, cor, movimento, face corada, coração veloz, olhar furtivo, insónia, borboletas no estômago, o Novo mesmo ali a tentá-las todos os dias, sms's loucas, palavras proibidas, o secretismo

3) serem independentes deles (dos novos e dos antigos) e poderem dar-se ao luxo de se sustentar, pelo que não têm de se condenar, como as suas Mães e Avós, a um futuro "assegurado"

C) Quanto mais ar de santinhas têm, mais tenebroso é o segredo que escondem.

D) Os "Homens para Casar" são os seus antigos. São perfeitos. Honestos. Inteligentes. Bonitos. Limpos. Íntegros.

E) Para que uma Mulher consiga sair da sua zona de conforto e ser infiél, tem mesmo de estar completamente, perdidamente, mortalmente atingida pela seta do Cúpido. Apaixonada.

F) A sua autocensura ainda funciona durante alguns meses, mas depois....

G) ...depois, os "Homens que as fazem Sonhar" são mestres nas artes súbtis da Sedução. São eles as novas Sereias do século XXI.

E reparem, dilectos leitores, parei na letra icónica.

Aquilo que mais desperta uma Mulher que se negava a uma vida vivida é a descoberta da sua sexualidade plena.

Não é por acaso que se diz que a Mulher atinge a sua plenitude aos 30. É na 3ª década que tudo acontece, que desejamos mais, que sabemos viver, que nos sentimos seguras e donas do nosso corpo, que sabemos aceitar que não comandamos sentimentos, nem tão pouco actos involuntários. Que somos maduras.

No universo do par cromosomático XX, nem tudo se resume à sexualidade. Para uma Mulher (normal), a sexualidade é comandada por um sentimento, pelo que essa Infidelidade é consequência da bendita Paixão.

Faz-me rir aquele estudo que "comprova" a balela que os Homens são infiéis porque no seu código genético (o qual ninguém tem culpa de herdar, porque ninguém pediu para nascer) mora um "telecomando" que os "obriga" a procurar outras parceiras.

Balelas. Música. Primeiro, estatísticamente falando, não acredito na heterogeneidade da amostra, pelo que não acredito na fidedignidade do resultado. Segundo, um homem (normal) infiél procura na Outra características que a Uma não tem. Seja desinibição, seja bom humor, seja inteligência, seja inocência, seja (desculpem a frontalidade) umas maminhas maiores, um rabiosque mais torneado ou none of the above. Ele procura novidade. Estímulo. Tanto quanto uma Mulher infiél. A única diferença é que o Homem infiél poderá não estar apaixonado. Notem, poderá. Hipotético.

Concluo, portanto, que andam todos a dormir na forma. As Mulheres que dizem que os homens é que são os infiiéis. Os Homens que não sabem que as Mulheres são suas semelhantes, cada vez mais, e portanto, podem tomar acções tipicamente masculinas, porque now they can. Homens e Mulheres que pensam que o casamento é indestrutível, que pensam que o Amor dura para sempre só por si.
Reparem, os traídos deixam espaço. Os traídos não se esforçam o suficiente. Os traídos não dão valor ao que têm a não ser quando perdem. Os traídos, por vezes, não têm culpa nenhuma. Simplesmente, homens e mulheres mudam dentro de uma relação e passam a desejar outros horizontes.

Homens e Mulheres Infiéis encontraram, isso sim, um espaço dentro de si e no universo da sua relação anterior, e as circunstâncias, as well as their nature, fizeram-nos mergulhar de cabeça.

Ninguém está livre de vir a cometer Infidelidade. Muitas destas Mulheres Infiéis são He-Man's autênticos no que toca a força de carácter, o sentido de justiça, a intelectualização das emoções.
Eu conheço-as. São modelos a seguir. Mas quando nos apaixonamos, tudo é colocado em causa, incluindo as nossas convicções inabaláveis sobre o nosso próprio carácter. Elas mentem, omitem, disfarçam e, acreditem, nem se reconhecem. Entram em crise. Obrigam-se a tomar decisões: ou o novo ou o antigo. Ou a Paixão ou o Amor. Perguntam-se constantemente "Mas porquê eu?", e dizem mal à sua sina.
Hoje, conhecendo as suas hsitórias, sei que os dois sentimentos grandiosos podem coexistir: amarem profundamente o antigo e estarem completamente apaixonadas pelo novo. E isto não acontece só com as sluts. É como vos digo, acontece também com a mais santa das mulheres.
O meu papel no meio disto tudo tem sido o de desconstruir os seus medos, colocar-lhes algum bom senso no sentido de pararem de se "violar" agindo com desonestidade para com o antigo a quem devem tanto e autocensurando-se como se estivessem a cometer um crime. E sim, se adultério é considerado crime hoje é só porque as leis ainda não se actualizaram. Como quando as mulheres ainda não podiam votar. E leis, toda a gente sabe que foram inventadas para proteger alguém. Tanto como o dinheiro foi inventado. E digo-vos, do fundo do meu coração, tudo o que é inventado para espartilhar, é anti-natural.
Não se pode legislar corações, sentimentos. Isso é um universo em constante mudança. Não faziam mais nada os senhores das leis que não passar todo o dia a rever as suas leis.

Aqui fica o meu profundo agradecimento aos Homens que têm o dom de despertar uma Mulher. E às Mulheres que têm o dom de ouvir as suas necessidades interiores e respeitar-se, acima de tudo.

Pérolas que aqui vos deixo. De quem acredita que Infidelidade começa no pensamento. De quem nunca foi infiél. Mas não sabe o que o futuro lhe reserva...e não diz, pelo menos, não sobre esta temática, "Desta água não beberei". Porque a estatística, essa mente sempre...