Antes, quando não havia namorado, A pergunta era:
- Então, e para quando um namorado?
Agora que tenho e, muuuuuuuuuuito lentamente, começo a apresentá-lo e a levá-lo comigo a jantares, A pergunta, mal me apanham sozinha é:
- Então, e quando é que te casas?
Pois. A minha pergunta é:
- Mas porquê?
Porque é que raio as pessoas têm de se casar? Porque é que o passo seguinte a um namoro firme é o casamento? Porque é que as pessoas assumem que O caminho a seguir é o casamento? Mesmo as que não casaram?
Ora deixem-me que me debruce sobre este assunto.
Sou romântica. Aqui me assumo. Não sou uma pedra imune a sentimentos. Antes pelo contrário, tenho-os à flôr da pele. E sou frágil, por isso.
Mas nunca me imaginei vestida de noiva. Nunca sonhei com o dia do meu casamento. Nunca achei que um papel, um contrato, mudasse alguma coisa no Amor.
O Amor é o mais importante.
Ora, sigam-me aqui: se o Amor existe, para quê contratualizá-lo? É preciso que um papel ateste que as duas pessoas se amam? É preciso um papel para que os outros aceitem um Amor?
Ou é o estatuto, género, sou casada, atingi "aquele" patamar, tenho um homem que é "meu", marcado com a "minha" aliança. Ah, e também uso o anel de noivado, só para mostrar que também existiram momentos românticos na minha vida, como O momento perdido no tempo, em que ele propôs casamento.
- Bem, mas então és contra o casamento?
- Nim.
O casamento mata o Amor. Asfixia-o. Contratualiza-o. Objectifica-o. Torna-o uma obrigação. Ainda por cima para a vida. A menos que se case pela festa. Pelo vestido. Pelos presentes. E se assuma.
O casamento convencional. O casamento entre duas pessoas que vêm o casamento como um objectivo em si e não uma etapa. As pessoas que o usam para tudo o que foi descrito acima.
Mas eu? Eu tenho Fé é no Amor. No trabalho duro que é fazê-lo durar. Fazê-lo crescer. Todos os dias. A cada instante.
Não preciso que um contrato mo lembre. Está na minha To Do list diária e deve ser tão natural como lavar os dentes a seguir às refeições. Estilo medida preventiva contra as cáries, only this time é preventiva contra o Morte do Amor.
Não acredito no casamento pelo civil. Perdoem-me as(os) minhas(meus) amigas(os) que deram o nó em frente ao notário. Isso é apenas um contrato. Um negócio.
Acredito no casamento aos olhos de Deus. No sacramento. Nos votos.
Só não acredito que, lá porque Deus abençoou, vamos lá descansar à sombra da bananeira que Ele vai fazer com que isto dure ad eternum.
Por isso, o Homem que me pedir em casamento, mais importante que dizer o sim, terá de comprometer-se com o trabalho árduo de transformar as palavras em realidades. A cada dia. Todos os dias. Até que a morte nos separe.
E, se alguma vez me ouvirem dizer Sim, é esse o sim a que me acometo. Seja na Igreja. Ou seja em Privado, sussurrado ao ouvido.
Porque a felicidade é uma escolha.