sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Vicky Cristina Barcelona


Ir suar as estopinhas e correr uma horinha ou alugar um filme e vê-lo refastelada no meu sofá?


Epá, o melhor é admitir que o meu corpo mudou mesmo, que nunca mais na vida terei menos de 50 kg, que a celulite é sinal de mulher saudável e normal, que já não posso ajavardar-me em doces sempre que me apetece, que a comida italiana é boa, sim senhor, mas apenas uma vez por mês e que tenho mesmo de iniciar uma prática regular de exercício físico e não lembrar-me de Santa Bárbara só quando faz trovões.


Ainda pensei em usar o cartão da ZON TV Cabo, mas depois, como sou uma mulher tradicional, fui mesmo ao Blockbuster e peguei nesta pérola de Woody Allen.


Lembrava-me que, na altura que o filme estava nos grandes ecrãs, havia pessoas com opiniões muito díspares. Uns amaram, outros detestaram, de entre fãs "quase" incondicionais do Woody.


Ora, eu venho aqui afirmar peremptoriamente que é um grande filme. Não é o que eu acho. É mesmo aquilo que ele é, característica intrínseca.


Talvez seja por ser do contra, mas assim como um dos filmes que mais gostei do David Lynch é o The Simple Story, por ser tão simples (dah), mas tão profundo e tão diferente de tudo o que ele fez para trás e para a frente, consigo estabelecer um paralelo entre estes dois filmes e estes dois realizadores.


A ideia é filmar as coisas como acontecem na realidade. Sem fantasia. Sem opiniões (apesar de no caso do VCB haver um narrador - típico do Woody). Não tendencioso. Não exagerado nos estereótipos.


A Vicky era uma mulher normal (no sentido de Gauss, mais quantidade de mulheres pensam como ela). A Cristina, dentro da anormalidade, sofria na mesma os seus dramas interiores, não de intolerância, mas de exagerada tolerância. A Maria Elena, essa sim, posso admitir que é inprovável que exista na vida real. O Juan Antonio, um artista nada extravagante, como costumam ser "pintados" os boémios europeus pelo púdico average american.


Amei. De tão real.




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