sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

The Reader


Como direi?


É notório que ando no périplo dos filmes nomeados (e já galardoados) para os Globos de Ouro e para os Óscares, como é habitual nesta altura do ano. Só para ter uma opinião com propriedade.


Mas este filme entrou em mim e deixou marca. Saí da sala de cinema com uma vontade imensa de chorar, enquanto conduzia pela 125 adentro até casa.


Não adoro o trabalho da Winslet, dado o estigma do Titanic, mas considero que, tanto ela como algumas outras actrizes de massas, andam a arriscar fazer filmes "underground" dado terem cometido "erros" no passado, como fazerem filmes para as bilheteiras e, agora, quererem ser consideradas, não pelas massas, mas pelos pseudointelectuais supostamente críticos de cinema. Um outro exemplo é a Kidman, mas como a acho linda de morrer, desculpo-lhe tudo.



Pois bem, eu cá amo tudo o que o Minghella faz. Para não falar do Pollack. E então, este filme passa sensibilidade sem ser sensível. Contrasenso? Nem por isso.


Para além da história principal que relata as sequelas da doença infecciosa que é o primeiro amor do meu Fiennes (e já cá vamos voltar), há uma dúvida metafísica que fica a roer os calcanhares do telespectador: com que então algumas das pessoas que compactuaram com as maiores atrocidades genocidas ocorridas nos campos de concentração durante a II Grande Guerra não sabiam ao que iam? Não se lhes pode atribuir dolo. Digamos que foram apanhadas de surpresa pelo Sistema e sentiram-se obrigadas a compactuar com ele. E com este filme, apercebemo-nos que todos podemos cometer erros gravíssimos com base na nossa inocência, ignorância, boa-fé. Talvez por isso se diga que de boas intenções está o Inferno cheio.


A nossa Winslet faz de orgulhosa ex-SS de Auschwitz e roça ali o abuso de menores. Está aqui a descrição da personagem. Nua e crua. Mas a coisa densifica e, acreditem ou não, ficamos a gostar desta monstrinha.


Em relação às sequelas do primeiro amor, que eu tão bem compreendo, fica a amargura de condicionar todo o restante futuro amoroso. Limita e orienta toda uma vida afectiva. A nossa aproximação ao mundo.


Amei...


Next moovie: Revolutionary Road ou a Overdose de Winslet


PS - Não tinha dito ainda, mas o Fiennes...epá, eu que não me pensava casar nunca na vida, aceitaria se ele mo propusesse. Com ele seria v...e eu...estaria lá.

2 Paradigma(s) do Outro:

Anónimo disse...

Esse "V"... tem direitos de autor(a) menina IV...

Mas como concordo tanto, mas tanto, com a tua opinião, estás aperdonada.

Em relação a Kate, e embora "The Reader" seja, de facto, um filme de excepção, eu diria que o Oscar atribuído premeia muito mais uma evolução do que um só fime em si. É o reconhecimento de um longo trabalho desenvolvido em bons fimes, entre os quais se encontra "Revolutionary Road". Um filme de excelência com uma interpretação de cortar a respiração. Muito bem ao seu lado está o Leozinho, cujos anos lhe fizeram muito bem (profissionalmente falando). Duas excelentes interpretações num filme que retrata brilhantemente a forma como a vida nos baralha as voltas e, muitas vezes, nos destrói sonhos que seriamos capazes de jurar indestrutíveis. Um filme que nos confronta de uma forma bruta e cruel com impacto negativo que o tempo pode ter em nós, na nossa personalidade e na forma como vemos a vida e as pessoas que estão ao nosso lado. Resta saber se a culpa é do tempo. Fica a dúvida no final do filme.

Anónimo disse...

Adormeci...


ZZZZZZZZzzzzZzzzz