sábado, 7 de fevereiro de 2009

Quem quer ser milionário?


Bem, postas assim as coisas, anyone!


Mesmo que não se seja muito ambicioso, como é o meu caso, a ideia de poder passar umas férias durante um ano sempre à procura do Verão nos pontos mais recônditos deste planeta faz-me sorrir.


And yet, não jogo no euromilhões vai para mais de 3 meses, pelo que a probabilidade de vir a ser milionária decresce para um num zilião.


E perguntam vocês e bem: então e a riqueza interior, não conta?


Ah bom, dessa tenho eu para dar e vender! Conta, sim senhor.


Há uma riqueza da qual não tenho falado muito ultimamente. Talvez porque tenha enchido os bolsos dela nos últimos tempos. Sinto-me como o camelo quando vê oásis e desata a beber água como se não houvesse outro oásis num espaço de duas semanas onde pudesse ressarcir a sua sede.


Falo da riqueza impagável de "ter" um homem, ou melhor, um Homem, com tudo o que isso traz de bom. Por enquanto, nenhuma desvantagem. Bonito, cheiroso, bem falante, boa pessoa, abnegado, bem disposto, disponível física e emocionalmente e, a cereja no topo do bolo, um homem que acredita na Fidelidade e no Amor. Já vos disse que a cereja é o meu fruto preferido? Logo a seguir está o morango e o figo e, só depois, a laranja, para desgosto do meu Pai e gáudio da minha Mãe (que adora que eu adore figos para poder desculpar-se comigo quando, na realidade, foi ela quem azcabou com eles).


Bom, perante esta montanha de tesouro, uma pessoa sente-se naturalmente overwhelmed.


- Minhá nóssá, tudo isso? - perguntamos - só prá mim?


E diz Deus, sentadinho no seu trono com o cotovelo apoiado no braço da cadeira e um ar de aborrecimento:


- Sim, querida, só prá você!


E nós (plural majestático que representa o meu coeficiente de cagaço e Eu), temos medo. Muito medo. Medo de não estarmos a ver bem a coisa. Medo de perdermos este estado de graça. Medo de descobrirmos que, afinal, não há estado de graça nenhum.


O mais engraçado nesse medo conjugado com a nossa experiência de vida, é que já não nos impede de dar um passo em falso, de nos atirarmos do abismo sem páraquedas. Tateamos o futuro e entramos de fininho. Se correr mal, ter-nos-emos sempre a nós mesmos.


Tenho medo, sim, mas nunca hei-de fugir do Bom por conhecer.


E por isso, de mão dada com o futuro, desafiei-o para sermos ambos milionários durante 119 minutos, num cine teatro perto de si.


Rimos, contivémo-nos, sofremos e adorámos o filme.


Lathika e Jamal, um amor de crianças que perdurou.


Há pessoas que merecem mais ser Ricas do que outras. E Jamal, por ser infinitamente bom, merece-o do princípio ao fim.


Não creio que venha a ser um vencedor na noite dos óscares (exceptuando-se na banda sonora, para mim, fabulosa), mas também, os óscares valem mesmo para quê?

2 Paradigma(s) do Outro:

O Eu da Filipa disse...
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O Eu da Filipa disse...

E ter medo é bom.
A sensação de borboletas no estômago é um sinal de que somos emotivos e verdadeiros.
Frágeis e fortes.
O importante é, no meio da cautela, arriscar um bocadinho.
E tu só arriscas quando acreditas.
Quando te desiludem, não és tu quem fica a perder.
E ainda não compreendi como é que alguém que te encontra, te deixa partir... mas acho que é porque não chegam a descobrir-te.
Mas estou com fé que há um príncipe por pero que já sabe que o sapatinho de cristal te serve a ti...