segunda-feira, 22 de junho de 2009

Évora ou Inferno


Há muito que sabia que ia ter um baptizado no dia 21 de Junho em Évora.



Como sempre, preocupei-me com o vestido, a pulseira, os sapaticos, a côr da unha, os brincos, a lingeire, o presente para o bebé. Não faltou detalhe nenhum.



Combinei com Mamãe e Papai a hora a que passaria chez ils para os ir buscar, cerca de meia hora mais cedo que o necessário, para ainda podermos ir a casa da Prima R ver a menina a ser vestida pela Madrinha, nada mais nada menos que a Minha Mana P.



Ora pois então, 09h31 e eu nos sinais do Entreposto, a dizer mal à minha vida, que Papai nunquinha iria perdoar os 2 minutos de atraso que já levava. Mas perdoou. Mamãe recusava-se a entrar num carro tão sujo, ao que tive que explicar com modos menos bons que não trabalhava em nenhum escritório. As obras (lá está, por serem obras) não estão ainda terminadas, pelo que existe uma coisa, ou melhor, duas coisas chamadas pó e lama que, pasmem-se, vêm agarrados aos pés e aos pneus do carro, quando acontece a coisa estranha de termos de sair da voiture para participar em reuniões, ditas, de obra.



Bom, passada que estava esta fase animada do dia, em que eu, completamente empinocada me dispus a sacudir o tapete de Mamãe, passei à fase seguuinte da escolha do itinerário. A Vasco da Gama estava parada desde os Ralis. A 25 de Abril parada estava por causa dos "Veraneantes". Só há mais duas alternativas: ou um tapete voador ou, pasmem-se, Vila Franca.



Optámos pela opção (passo o pleonasmo) mais realista e decidimos rumar ao Porto Alto (diz que tem lá uma bela de uma marisqueira).



Tivemos a notícia em primeiríssima mão que a Madrinha estava literalmente parada à entrada da Vasco da Gama, por causa de uma tal de "Bike Tour". Oh, Meu Deus! A Prima R nunca iria perdoar "mais esta".



Eis se não quando chegados à Vila que diz que é Franca, mas nunca percebi muito bem este conceito, apercebemo-nos que também por ali se passeava a "Bike Tour".



E perguntam ustedes, dilectos leitores, mas o que é essa "Bike Tour"?



Pois....a "Bike Tour" é mesmo isso, milhares de totós em cima de bicicletas vestidos à pro a conduzir desaustinados pela estrada e berma acima, empacando todas as possibilidades do tráfego normal de fim-de-semana escoar dentro da normalidade.



Assim, uma viagem que duraria no máximo 1 horinha, demorou 2 e mais o estresse.



Bom, passada que estava esta etapa, chegámos à fase, quanto a mim, pior que é, vá, os 42 ºC à sombra que se faziam sentir dentro e fora da igreja. Fiz o meu melhor ar de lady para, passado 1h15m de missa não estar empapada em transpiração, com o rímel a escorrer pelas maçãs do rosto.



Consegui mais ou menos. O pior era mesmo homens vestidos de fato e gravata. Coitados.



Bom...lá se baptizou a S.. Fomos para mais um infernal cortejo até ao Copo-de-Água (não sei se é assim que se chama para Baptizados, mas vocês percebem que o que eu queria dizer mesmo era o Comes e Bebes).



Chegámos e fomos acolhidos para dentro de uma agradável sala de convívio antiga de monte alentejano a temperaturas decentes. "Ah"- respirei de alívio - "aqui vou ser tão feliz!".



Bom, lá comemos e bebemos e rimos e matámos saudades da família. Já nos tinhamo divertido o suficiente, mas havia que apagar o bolo de baptismo e da Raínha da Festa nem sombras. Tinha adormecido. Dormiu. Dormiu. Dormiu.



Não, não se pode acordar uma criança. Diz que faz mal.



Bom, o que é certo é que às 18h30 estava calor como se não houvesse amanhã.



Agradeci ao senhor que transplantou o AC para as voitures.



Aliás, estar-lhe-ei eternamente grata!








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