quarta-feira, 18 de março de 2009

Comporta 4 EVER


Desde que entrei na Associação Recreativa que ia anualmente à Praia da Comporta para uma auditoriazinha. Em 2008 falhei.


Tinha-lhe pedido para me levar a passear à praia, embora não tivesse especificado mais requisitos na formulação do meu desejo. Foi buscar-me bem de manhãzinha no Domingo. Já íamos a meio do caminho, quando ele me disse que tinha pensado passar para Tróia de barco com destino à Comporta.




Tive vontade de o beijar da cabeça aos pés, porque quando lhe pedi para irmos passear tinha mesmo idealizado um almoçico na Comporta. Mas não, limitei-me a olhá-lo prolongadamente e a sorrir. Não me perguntem porque é que raio não lhe disse nada, mas se há pessoa a quem poderia ter verbalizado "Como é que adivinhaste?!?" é a ele que Acredita.




Bom, estava um daqueles dias de sol e temperatura aconchegante. Passeámos a pé por Tróia. Em cada lugar, contou-me as memórias que tinha do seu tempo de miúdo e adolescente, das festas de passagem de ano, dos Tios.




E depois, lá rumámos à Comporta. Marcámos mesa no Comporta Café e passámos a manhã/início de tarde a lagartar e a tagarelar. A água estava em três palavras GE LA DA. Não tive coragem, até porque tinha ataques de tosse cada vez que me desatava a rir. E eu ri no Domingo como não ria há muito tempo. À gargalhada. Logo tossi muito.




Ligaram-nos do CC a dizer que a mesa já estava pronta. Escolhemos um robalo para os dois. Mas quem é que está interessado em saber o que comemos nós? O que tu queres sei eu...




Pois, em relação a isso posso dizer que tive momentos em que só não lhe saltei para o colo porque havia menores nas mesas vizinhas. Tudo foi Perfeito. As pausas. As ironias. A temperatura da minha água, o dissecar cirúrgico do peixe, a iniciativa de me servir, o escolher da sobremesa, a energia com que se jogou à caixinha que embrulhava a conta. Mas o milhó milhó milhó milhó foi a conversa.




Ao contrário do que o leitor possa imaginar, já não me lembro de que falavamos nós. E vocês sabem que eu não vou lá sem conversa. O quão importante para mim são as Palavras. Mas isso já não interessa nada. Como eu cresci!




O que eu retive foi...vá...a expressão da felicidade estampada na cara dele, a satisfação com que estava ali de corpo e alma, os cuidados que teve comigo, as coisas que tive vontade de lhe contar, a forma como deixava ficar as suas pernas distraidamente entrelaçadas com as minhas...




Houve um momento em que ficámos em silêncio. E sabem quando o tempo pára? Quando nem o vento se atreve a mexer um só cabelo da nossa melena? Quando o Silêncio diz mais, muito mais que as Palavras?




Foi O Momento.
Numa praia certificada perto de si...

3 Paradigma(s) do Outro:

Anónimo disse...

Amiga IV

Tás lh'a dar forte e feio... Ai tás... Tás... Vá, se calhar só forte...

Vocês deviam ouvir tudo isto contado ao vivo e a cores...

(Aqui, sim... É caso para se dizer... O que tu queres sei eu...)

O Eu da Filipa disse...

A vida ensina-nos a esperar porque tem sempre mais para nos oferecer.
Para uns tudo parece fácil, mas o difícil também não nos contam.
O importante é percebermos que o nosso caminho das pedras nos conduz, mesmo quando já não queríamos acreditar...
Beijinhos minha querida.

O Eu da Filipa disse...

A vida ensina-nos a esperar porque tem sempre mais para nos oferecer.
Para uns tudo parece fácil, mas o difícil também não nos contam.
O importante é percebermos que o nosso caminho das pedras nos conduz, mesmo quando já não queríamos acreditar...
Beijinhos minha querida.