terça-feira, 6 de setembro de 2011

La France


Daqui a um mês, espero estar apta a escrever vários posts em Francês. Isto, porque comecei ontem a minha odisseia de (re)aprendizagem, na Alliance Française, e digo-vos, "povo di Sucupira", aquilo é difícil, muito difícil. De alguma forma, o ouvir falar alguém durante 2 horas na língua e o não poder responder em Português, desperta coisas adormecidas em nós e, quando vamos a ver, não é que tudo nos flui: ele é vocabulário, ele é tempos verbais...

Parece que nunca nos esquecemos.

Aqui fica um conselho: ponham as vossas crianças, por mais pequenas que sejam, a aprender línguas. Nunca mais se esquece.

K e f a l o n i a


Somos aqueles turistas que gostam de sair do circuito. Gostamos de perder horas ao fim-de-semana a decidir onde vão ser as próximas férias (temos um placard de cortiça com um planisfério e um mapa mais detalhado da Europa, com pins de 4 cores - sítios vistos por ele a branco, sítios vistos por mim a verde, sítios que ambos vimos a vermelho e sítios onde queremos ir a azul), a ver qual é o melhor site para os vôos, o hotel dos nossos sonhos, o passeio maravilha que vamos fazer.

E quase, quase sempre, o destino mete água, e poderá fazê-lo por dois motivos:

Motivo # 1 - Normalmente há uma calamidade, seja política, de saúde pública, catástrofe natural, enfim, uma panóplia de contrariedades que nos faz gostar ainda mais do sítio problemático que escolhemos.

Motivo # 2 - Amamos o Mar. Ponto.

Tinhamos milhas para gastar, mas andamos cansados de fazer muitas horas de vôo e, portanto, decidimos ir a qualquer lado na Europa. De preferência com praia. Epá, assim de repente na nossa mente, praia só há 3 sítios: Itália, Grécia ou Croácia. Ele há mais mas, assim que quisessemos mesmo ir ambos (eu tenho muita curiosidade pela Turquia, mas ele torce o nariz e diz-me "Não se pode confiar nos turcos!").

Ok, vamos lá aumentar o PIB da Grécia, ajudá-los, que daqui a pouco somos nós na mesma situação. E depois, sempre tive verdadeiro fascínio pela mitologia grega. Ah, e por aqueles narizes lindos! Sem falar nos vestidos de "deusa grega"!

Anyway, queremos praia, queremos areia, de preferência branca, e não queremos molhadas de turistas em que temos de esperar décadas para tirar fotos sem que passe ninguém.

Ora pois que escolhemos uma das ilhas do mar jónico. Não, não é Corfu. É mesmo Kefalonia ou Cefalónia, para o Tuga que não, não pode simplesmente adoptar o nome das cidades como se diz na sua língua natal, tem mesmo de inventar. Aparentemente, fomos nós que escolhemos a Kefalonia, mas tivemos o dedo de uma amiga nossa que lá viveu na Grécia um aninho e meio. Ah, e o próprio Onasis tinha uma ilha, Scorpio, ao lado da ilha de Lefkada ou Lêucade. Não sei como se "tem" uma ilha, mas ando a trabalhar para ver se consigo o mesmo...Já referi que Ítaca, a célebre ilha de Ulisses na Odisseia, pertence ao mesmo grupo? Well, now you know.

Foi a melhor coisinha que fizemos. Fomos passear por Atenas, para não dizerem que não fomos à Acrópole (fiquei tão desapontada com o estado de sítio em que o Património da Humanidade chegou), apanhámos o ferry em Patras (uma verdadeira Odisseia foi a viagem de carro entre Atenas e Patras) e durante 3h30 lá estivemos a desfrutar do mar azul escuro e dos salpicos de água salgada até chegarmos a Sami. Não foi comovente chegar a bom porto, estava à espera de outra coisa.

Mas assim que saímos do ferry em direcção a Petani Bay, passámos por umas paisagens escarpadas e solitárias, com breves vislumbres de mar.

Nunca vi um azul tão profundo!

E aqui vos deixo uma fotografia desses vislumbres...