sexta-feira, 18 de abril de 2008

Mudanças - Parte II


Já sei! Já sei! Querem saber mas porque é que raio eu não escrevia nada há tanto tempo, não é?!?!


Pois bem, não que a minha vida seja um autêntico marasmo. Nada disso! De marasmo não tem mesmo nada e, por vezes, sinto que preferia que assim fosse.


Muita água passou debaixo desta ponte, é o que se me oferece dizer.


Apenas uma pequena explicação, para quem não conheceu esse prodígio do Tratamento de Águas que me deu aulas no meu 5º ano de Técnico e que se referia ao caudal como o Caudalão e aos microrganismos que fazem o tratamento secundário como os Bicharocos.


Caudalão #1 - Fui ao veterinário, ou melhor, levei a Luna ao veterinário uma segunda vez e percebi que was just a fling. Nada como uma bela chuvada para acabar com as primaveras que florescem nos nossos corações.


Caudalão # 2 - O bom julgador por si se julga. Decepcionei-me big time com uma amizade que poderia ter sido tão Maior se as pessoas na realidade estivessem a jogar com o baralho todo. Há sempre aquela carta que sai da manga quando menos se espera e nos faz ver que as regras da vida não são iguais para toda a gente. E perdemos. Perdemos tudo naquela aposta por nem todos os players jogarem pelas regras. E como não o fazem, julgam de imediato que os outros são seus semelhantes. Não sou similar, semelhante, igual. Nem nunca o serei. Há uma grande diferença entre mim e o comum dos mortais. Quem teve a sorte e os mecanismos que só um coração saudável e semelhante em bondade descobre, tem em mim uma amiga para a vida. Quem não tem como descobrir, pois que não tem os meios para tal, nunca poderá presumir conhecer-me. Chorei como há muito não chorava, lágirmas de amargura que ninguém merece. Um caudalão.


Caudalão # 3 - Não digam que eu não fui avisando. Quando, pela segunda vez, mudam as minhas funções no trabalho por comunicação de decisão dogmática e irrevogável, torna-se a gota de água que faltava para o caudalão fazer uma torrente e inundar a paciência do Gandhi aqui. Costumo dizer que não dou uma terceira hipótese. E não dou mesmo! Basta a outra face. Chega. Não há uma terceira face, logo, não há uma terceira oportunidade. E, orgulhosa como sou, vou pregar a outro cardume. Um que mereça as pérolas...


Tem sido um processo extremamente atribulado, com avanços de um lado e retrocessos de outro, com telefonemas duros entrecortados pela frieza e má educação da insustentabilidade do dogma, de desobedecer ao Master e merecer punição, cumprir pena, castigo. 2 meses de castigo.


Jamais aceitarei ser só mais uma. Uma moeda de troca. Provei o meu valor desde o primeiro dia em que cá cheguei. Irei prová-lo até ao último segundo. Esta é a minha forma de dar uma estalada de luva branca. Não que o mereçam (Perdoa-lhes, Pai, pois não sabem o que fazem), mas sobretudo porque o faço por e para mim. E se assim sempre for, so help me God, conseguirei sempre dormir um sono tranquilo, repleto dos sonhos de um mundo melhor.


Deus não dorme, citando a minha boa Madrinha de Crisma. Só ele sabe o quanto sofro com a ignorância, pelo que apenas Ele conhece o quanto mereço esta benção.





3 Paradigma(s) do Outro:

O Eu da Filipa disse...

Esta Benção e tantas outras que virão.
Porque mereces tudo, porque mereces chegar mais longe do que ainda consegues ver, porque mereces tudo.

Vasco Ribeiro disse...

A Água lava tudo, só não lava as más línguas. Cara Inês, espero que essa água que passou por debaixo da ponte, te tenha trazido experiências que te possam ajudar no futuro. A vida nem sempre é como queremos, mas uma coisa ela é extraordinariamente bela; na experiência que ela nos dá.

Um beijinho
Vasco

Anónimo disse...

Bem vinda de volta!

Pelo que percebo mereces os meus parabéns pela evolução profissional, mas na minha opinião mais ainda pela coragem que tiveste em dizer “Basta!”, e mostrar que “valho mais que aquilo que aqui me valorizam”.

Gosto e partilho da tua ideia da “bofetada de luva branca”, embora na verdade ache que o efeito sobre aqueles que queremos atingir seja menos efectivo do que uma vingança. Mas o mais importante é a nossa própria consciência. Fazemos demonstração de correcção e integridade, perante e em relação aos outros. No fundo não conseguimos ser “um homem mau”.

Ex-aluna da Gaspar Correia!?! Mundo pequeno. Pelas nossas idades, o meu primeiro ano pós Gaspar Correia coincidiu com o teu primeiro ano lá. Foi como termos passado um pelo outro na faixa contrária de uma qualquer auto-estrada.

Confidência: Aqui há dias fui aos Olivais tratar de uns assuntos de família, e tive mesmo ir à Portela comer um croissant quentinho.