segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

31


Este é o meu 31º post. Coincidência feliz.


Para aqui deixar aos meus ouvintes uma palavra de Esperança.


Good things come to those who wait.




sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

As surpresas são o sal da vida


A próximidade entre as pessoas instaurou-se em simultâneo com a banalização das telecomunicações. E a rapidez do mundo em que vivemos desculpa tudo: o mau português, as abreviaturas, os mal entendidos, os amigos que não conhecemos mas que residem do lado de lá do Messenger, do hi5, do Google Talk.
E eu resisiti muito e durante muito tempo. O telemóvel foi inevitável. Cedi a uma ligeira pressão familiar que colocou nos pratos da balança:
- Ou carro e telemóvel ou nada!
- Pronto. Mas só para receber chamadas.

Um amor imenso que vivi e que se iniciou numas belas férias de Verão, obrigou-me a ceder à minha resistência em enviar sms. "Eu cá sou rapariga de carta", dizia eu. Verguei-me. Até hoje guardo, in my little black book, o rico conteúdo daquelas sms que me despertaram esse amor e a Fé no senhor meu Deus. Ah, mas também recebi uma carta...em 3 anos. Foi uma pequena vitória! Pronto, muito pequena.

Entretando já galguei muito caminho. Primeiro o mIRC, depois o msn, seguido do hi5 e, por último, o Google Talk e o sKype.
Mas por Deus, sempre conversei com pessoas que conhecia na vida real. Até ao dia.
O dia chegou em que, no hi5, um poema lindíssimo "Juntar-me tanto a ti" me foi enviado que reza assim:
«Juntar-me tanto a ti que és de meu sonho origem
E em mil segredos ternos,
Saber que no calor desse teu corpo virgem
Floriam meus invernos.

Ir-te dizer ao ouvido: “-Escuta, eu sou escravo
Mais triste que um refém;
Pois quando meu olhar nesse teu rosto cravo
Não vejo mais ninguém.”.
Sentir-me ao pé de ti subida labareda...
Sentir-me tão feliz
E ouvir romances sãos que o coração segreda
E a boca nunca diz.

Saber que posso andar p’lo mundo, senda em senda,
P’la terra e p’lo céu
E nunca encontrarei um rosto que me prenda
Como esse me prendeu.

Gostava de apertar-te ao peito, tanto, tanto
Numa afeição tão quente
Que, quando os corações batessem, por encanto,
Parecessem um somente.
Gostava de roubar a graça que levas
No rosto encantador,
P’ra ver se na minha alma que se embrulha em trevas
Havia mais fulgor.

Gostava de roubar os risos tão dispersos
Da tua boca em prece
E com eles compôr os mais sonoros versos
Dos versos que fizesse.

Quando me chego a ti e num arfar escuto
A voz que de ti parte,
Bate o meu coração duzentas por minuto
Num rútilo rebate.
Meu Deus, irei deixar o amor a que ando preso?
Porque me feres tanto?
Eu quase o idolatro, eu quase que lhe rezo
Como se reza a um santo.
Que fome tem o olhar! Vê-te sorrir e, à pressa,
Que encantos ele come! Que refeição frugal!
Porém, quando regressa
Já vem cheio de fome.

Quando eu me for sentar à beira da ilusão
Dirás lugubremente:
“-Por mim rasteja ali um pobre coração
Cansado e tão doente.”. »

Procurei por toda a parte e não encontrei o autor. Nunca tinha sido publicado. Era do Tio da Alma que me enviou este e outros tantos poemas feitos de uma sensibilidade atroz. Aqui confesso: não consegui conter as lágrimas. E é preciso "infinitos mais exércitos" para me descontrolar.

Um verdadeiro amante da nossa língua, da nossa Pátria. Ele e o Tio.

« É um nada Amor que pode tudo,
É um não se entender o avisado,
É um querer ser livre e estar atado,
É um julgar o parvo por sisudo;

É um parar os golpes sem escudo,
É um cuidar que é estar trocado,
É um viver alegre e enfadado,
É não poder falar e não ser mudo;
É um engano claro e mui escuro,
É um não enxergar e estar vendo,
É um julgar por brando ao mais duro;
É um não querer dizer e estar dizendo,
É um no mor perigo estar seguro,
É, por fim, um não sei quê, que não entendo.»

Eis se não quando recebo um exemplar do livro publicado com os poemas do Tio. Foi um dos melhores presentes de Natal jamais recebidos. O livro e a generosidade rasgada desta partilha.

Um alento. Para que continue a rezar e acreditar num Mundo Justo. Bom. Verdadeiro.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Minha Amiga C


- Preciso de ir às compras...

- A que horas e onde?


Cheguei mais cedo e fui fazer tempo à Fnac. De facto, não haverá sítio melhor no mundo para empatar que o mundo dos gadgets, dos filmes e da música.


Primeiro, fui ver se havia um dispositivo bluetooth (e quem me conhece sabe bem que não consigo dizer "bluetooth" sem apontar para o meu dente da frente com a unha do dedo indicador) para ligar ao Desktop do trabalho e sincronizar a informação com o meu bruised and battered mobile.


Depois pensei que não era boa ideia, não pelo preço, mas porque o meu laptop está mesmo a caminho e esse, tem tudo e um par de botas, como se costuma dizer.


Depois, fui ver se havia um carregador de ficha para o meu iPod. Havia. Mas, mais uma vez, o PC vem a caminho. There's no need.


Passando a secção dos gadgets, há a dos filmes. Oh mon dieu de la france, é de perder a cabeça. Andei lá à procura de uns quantos para acrescentar à minha colecção, mas não havia. Como diz a minha querida C "damn it".


Eis que sinto uma vibração no bolso. Estava lá fora à minha espera. Fui dar com ela de costas, agarrada ao varão. Típico. Mal a conheci. Cabelo esticado, blusão de ganga, mas claro, as botas de salto do costume. Fazem-me pensar que tenho um gene feminino deficiente, porque quando vou às compras a última coisa que me apetece é que os pés me doam. Ia de ténis.


Como sempre, a C não comia nada desde o almoço. Típico. Assumi o meu tom maternal e disse-lhe "Mas TENS de comer!!!". Assentiu, obediente. Mas antes fomos ver umas quantas lojas que ficavam pelo caminho. Apetecia-lhe chinês. Ora chinês não temos. Fomos ao mais parecido. Uma rapariga ajudava os clientes da fila a escolher. Precisava mesmo de falar, porque não se calou durante uns bons 10 minutos. E a C a dar-lhe conversa. Desliguei. Foquei a minha atenção na loira que estava à minha frente na fila, a dar-me encontrões com a sua mala da moda (que mais parecia de viagem). Fico irritada quando me encalham com a mala ou implicam com a minha ou se furam demasiado a minha bolha. Body space. Pediu-me desculpa. Vá lá. Loira mas educada. Reparei depois num "megagiraço" que estava mais afastado a olhar para os pratos. Claro. Namorado da loira. Não se estragam duas casas.


Enquanto estavamos na fila e a C me contava os pormenores do seu dia de trabalho, pedimos um Noodles Mix e eu, para variar, o mais arrojado Pad Thai. O sumo, esse foi igual para as duas: banana-laranja. Maravilhoso.


Fomos sentar-nos. Mesa alta. Rimos. Comemos pouco. Discutimos ideias tão opostas que quase se tocavam. Ela precisava de falar. Eu precisava de ouvir. Engraçado. Não consigo ouvir simplesmente sem fazer analogias com as minhas histórias. Chama-se a isso escuta activa. A minha é mesmo hiperactiva. Foram horas de muita partilha. Afinal, precisava eu de falar e ela de ouvir. Compreende-me e não me julga. Não concorda comigo quase nunca em quase nada. Escandaliza-se com as minhas verdades. Mas o respeito que temos pelas ideias da outra, faz-nos ir mais longe no caminho da amizade.


Adoro ouvi-la falar. Diverte-me. Emociona-me. Toca-me. Mas o que eu gosto mais é do que ela diz com o olhar. Com as mãos. Com o nariz. E o sorriso.


Pensei que o meu momento do dia acontecesse assim que chegasse ao quentinho do meu sofá, mas enganei-me...


...o que me aqueceu ontem foste tu...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A Arte em Ser-se Livre


Liberdade, o elo que une todos os meus Eu.


Liberdade do pensar. Que seria de mim se poupasse nas sinapses, se não formasse uma opinião muito própria sobre algo, se um integral triplo não fosse simples de desvendar, se um poema não me fizesse sentido, se não troçasse da estupidez alheia.


Liberdade do sentir. Em mim não há espaço para censura. Tanto sinto que mereço tanto, como sinto que nada mereço. Tão viva me sinto num minuto, para no outro me sentir morta. Tanta saudade sinto, como facilmente me desligo no instante seguinte. E respeito cada tempo meu. Tempo de sentir amor, raiva, perdão, piedade, pena, orgulho.


Liberdade do agir. Nesta dimensão, e dado que as liberdades anteriores dominam, domina também o conceito mais puro de liberdade: termina onde a responsabilidade começa. A acção da liberdade implica assumir cada acto e responder pelos mesmos. Assumo tudo, incluindo aquilo que não sendo fruto do meu agir, aflige o mundo: carrego-o às costas. A culpa. Sempre presente.


Nada pergunto. Mas ouço com os ouvidos do coração o que me querem contar. Nada cobro. Mas recebo cada dádiva como se a recebesse das mãos de Deus. Dou muito de mim. Confiança. Compaixão. Carinho. Mas o mais puro pedaçinho de mim que dou ao Outro é Espaço. Tempo. Liberdade. É a maior demonstração de respeito que podemos ter pelo Outro.


Pela negativa, liberdade é a ausência de submissão, servidão, qualificando a independência. Pela positiva, é autonomia e espontaneidade, qualificando a condição do comportamento humano voluntário e, aproximando o homem de si mesmo, motiva-o na sua auto-estima.


E isso eu tenho de sobra. Conheço o peso do meu valor, a importância das minhas palavras no mundo, a minha graça na vida dos que amo, as cores que dou ao negro, o calor do meu toque. Sei que, profunda ou superficialmente, toco o Outro. Mas toco. E o Outro não será o mesmo depois de mim. A profundidade com que o Outro se sente tocado depende apenas da sua percepção. E esta, por sua vez, altera-se tanto ao longo da vida...


Anos mais tarde, voltam a mim Outros que pensei ter perdido, que pensei não ter marcado, pelo menos não tão profundamente. E rimos de outros tempos. E temos vontade de voltar atrás e mudar a nossa percepção de valor naquela altura. Porque hoje sabemos a importância de ontem e ontem não sabíamos. Nem tinhamos como, pois que não tinhamos vivido tudo. E, como dizia uma irmã e um pensador, "todo o conhecimento genuíno tem origem na experiência directa".


Descartes concorda comigo: age com mais liberdade quem compreende plenamente as alternativas em escolha, porque mais facilmente se escolhe essa alternativa.


E porque quem não vive não conhece, a verdadeira liberdade está em deixar voar para bem longe aquilo que mais se quer. E não esperar que o vento a traga de volta. Se não voltar - mais são as vezes que se perde que as que se ganha - é porque não viveu ainda o suficiente para saber que tem de voltar.


A Verdadeira Maravilha acontece quando o Eu encontra aquilo que procura no Outro (e vice-versa) ao mesmo tempo e ainda nesta vida.


Por isso, Deus nos dá uma outra vida. Para termos tempo de acumular aprendizagem e voltar àquilo a que pertencemos, para o propósito para que fomos criados. Na eternidade.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Xmass


Uma mensagem natalícia a todos os meus caros ouvintes:


Nunca desistam de acreditar.

Acreditem na verdade dos sonhos.

Na bondade do próximo.

Na imensidão do mar.

Na vastidão do deserto.

Nos sentimentos das plantas.


Acreditem que a gasolina vai ser suficiente.

Que o céu é mesmo azul.

Que as nuvens são algodão.

Que os amigos são para a vida.

Que vale a pena ficar mais 5 minutos.

Que cada pessoa é insubstituível.

Que o dinheiro não tem valor.

Que não esqueceram o caminho de casa.

Que vão conseguir!


É tudo uma questão de tempo, persistência, solidão, mas above all, é tudo uma questão de Fé!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Mustapha


Oh Meu Deus, o cão do meu sobrinho Bernardo chama-se Mustapha!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Santos Reis Magos

Este Sábado, pelas 21h, se tudo correr bem, irei estar com os meus dois sobrinhos na Festa de Natal da minha Paróquia, no Campo Grande.

Vou ser muito feliz!

Eu amo os meus bebés!!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Todo sobre mi madre


Caros leitores,
Como sabem, sou fã de nuestro hermano Almodóvar. Amo cada centímetro de fita que ele grave, independentemente de passar a "censura" da montagem ou não.
Ele filma como quem vê a cena de dentro, como quem já a viveu interiormente, como quem perde objectividade e, ao mesmo tempo, lhe dá um toque cruel de realidade.
E quem vê com o coração merece todo o meu amor. E quem vê com os olhos da mente merece todo o meu respeito.
Um destes dias, senti que me fazia falta ganhar umas noções de perspectiva. Às vezes, tudo o que precisamos é de subjectivar os nossos "problemas" para percebermos o que realmente importa na vida.
E fui à minha cinemateca pessoal (podia dar-me para pior, no que toca à minha incessante procura pela perspectiva de vida), peguei nos dramalhões todos que lá tinha, espalhei-os sobre o meu tapete vermelho e escolhi este, mas confesso que não me estava nada a apetecer tanto sabor.
Este filme foi-me trazido pela mão por um grande grande amigo que mo ofereceu num aniversário distante, e foi com ele e mais outro, formação inicial do Trio Maravilha da Sexta à Noite, com quem o fui ver ao cinema pela primeira vez.
Saí do cinema arrasada (pior, só com A Paixão de Cristo, em que não consegui articular palavra durante dois dias inteiros).
Nenhuma mãe devia conhecer a dor de perder um filho. Nenhuma mãe devia ver o coração do seu filho transplantado no peito de outro homem ou religião.
Claro que o drama sai aligeirado por uma Agrado. E pelas belas paisagens de Madrid e Barcelona. But it's still a drama!
Todo sobre mi madre toca-me por variadíssimas razões. Porque não tendo perdido um filho, o vi acontecer perto demais. E senti aquelas dores como minhas. E foi um autêntico pesadelo. Um trágico acidente.
Hoje entendo a perda de uma outra maneira, mas naquela altura nada tive a que me agarrar, se não às minhas convicções régua e esquadro de ateia.
O filme veio já em 1999/2000, quando me começava a acostumar com a ideia de que tudo acontece por uma Razão Maior. Naquela altura, foquei a minha atenção no drama da Mãe que perde o Filho num estúpido acidente.
A idade (e tudo o que vivi ever since) mudou a minha perspectiva, até da leitura do filme.
O revisitar da película obrigou-me a olhar mais profundamente para o amor que duas mulheres dedicam ao mesmo homem, no caso, a Lola:
- A mulher madura, amou o homem quando ambos eram jovens e renegou esse amor por sentir amor maior pelo seu recém concebido filho e entender que nunca poderia dar uma vida normal à sua cria. Chama-se a isso, instinto maternal. Prevalece. Só que, mais tarde, sente o chamamento do dever e apresenta o seu filho morto ao pai. O amor transformado em respeito.
- A mulher jovem, amou o mesmo homem já (supostamente) maduro, apesar dos seus impedimentos religiosos, e decide dar vida a uma criança seropositiva, sacrificando a sua própria vida. Mais uma vez, instinto maternal. A Love to Die For... O amor transformado em vida.
Só para contrariar a máxima "De Espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos!".

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Destiny


New year's resolution before new year even happens: celebrate my anniversary doing something I've been longing for a long time.

It seems I get to choose my own destiny, so I made up my mind about going abroad for a short brisk trip, and decided that I need a break. Need to nurture the spirit.

I'm going to meet one of the most symbolic cities of the Catholic World...I guess you've already found out which city I'm talking about.

There's a chance (slight, but still a chance) that I might travell alone. Who knows? If that's what's meant to be...

I'm already loving the planning part. When to go, on which airline company, where to stay, what to visit first, what to eat, what to watch, which mass should I attend...

Everything has to be perfect. And it will be, jus as long as God is with me...